Segundo o exército da Índia, 20 soldados morreram; esse é o 1º confronto entre os dois gigantes asiáticos que resulta na morte de soldados desde 1975
Luiz Padilha
Soldados indianos descansam em acampamento improvisado perto de Baltal, a caminho de Ladakh,
na fronteira com a China, na terça-feira (16) — Foto: Reuters/Stringer
na fronteira com a China, na terça-feira (16) — Foto: Reuters/Stringer
- Vinte militares indianos foram mortos em um confronto com tropas chinesas na fronteira no alto do Himalaia, informou o exército indiano nesta terça-feira (16).
Esse é o 1º confronto entre os dois países asiáticos que resulta na morte de soldados desde 1975, de acordo com a agência de notícias Associated Press.
Inicialmente, a Índia informou que eram três os mortos, mas 17 soldados que ficaram feridos morreram posteriormente. Um dos 20 era oficial do exército indiano.
Indianos participam de protesto contra a China em Ahmedabad, na terça-feira (16) — Foto: AP Photo/Ajit Solanki
Milhares de soldados dos dois países se concentram em Aksai Chin-Ladakh há mais de um mês, mas o confronto ocorre em um momento em que se fazia um esforço para se reduzir a tensão na região.
China acusa a Índia
A China acusou a Índia de responsabilidade pelo incidente ao atravessar duas vezes a fronteira.
Segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, as tropas indianas atravessaram a fronteira e “provocaram e atacaram os chineses, o que gerou um confronto grave”.
Os chineses não revelam se soldados seus morreram. O exército indiano afirma combatentes chineses morreram, mas o governo de Pequim não confirma a informação.
Autoridades indianas e chinesas voltaram a se encontrar após o incidente. “China e Índia concordam em seguir resolvendo os problemas bilaterais por meio do diálogo. Pedimos novamente à Índia que controle suas tropas na fronteira. Não atravessem a fronteira, não provoquem problemas”, disse o porta-voz chinês.
Em Ahmedabad, na Índia, manifestantes queimam imagem de Xi Jinping, o presidente da China — Foto: Amit Dave/Reuters
Tensão na região
Desde o início de maio, as tensões entre os dois países aumentaram ao longo da fronteira comum de 3,5 mil km, que nunca foi plenamente delimitada.
Em um incidente anterior, militares dos dois países se agrediram com socos, pedras e paus na região de Sikkim, no leste da Índia, deixando vários feridos.
As tropas chinesas também avançaram em zonas que a Índia considera dentro de seu território em Ladakh, e Nova Délhi respondeu com o envio de reforços à região.
Uma crise que as duas partes afirmam, no entanto, querer “resolver pacificamente” pela via diplomática. Após as negociações entre generais dos dois exércitos há 10 dias, um processo de desmilitarização teve início em alguns pontos disputados na região.
Confrontos
As duas potências regionais tiveram várias disputas territoriais nas zonas de Ladakh e Arunachal Pradesh.
Os dois países se enfrentaram em uma guerra relâmpago em 1962. Os confrontos em zonas montanhosas entre os exércitos indiano e chinês se tornaram mais frequentes nos últimos anos.
Em 2017, houve confrontos durante 72 dias, depois que forças chinesas avançaram na área disputada de Doklam, na fronteira entre China, Índia e Butão.
FONTE: G1
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