23 de set. de 2020

"Brasil está voltando em V", afirma Guedes sobre a reação da economia

Ministro da Economia fez elogios à classe política e destacou esforço para reincorporar 38 milhões de brasileiros 'invisíveis' ao mercado de trabalho

Paulo Guedes comemorou a reação da economia/Adriano Machado/Reuters

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (23) que o Brasil reage bem na retomada da economia após as consequências provocadas pela pandemia do novo coronavírus.

Em entrevista hoje, Guedes disse que o país tem um Congresso reformista, um presidente que apoia as reformas e afirmou estar "otimista" com o futuro próximo do país.

"A principal mensagem que eu gostaria de dizer é o seguinte: Como dizia, o Brasil está voltando em V", explicou.

Em seguida, informou que a equipe econômica está submetendo à apreciação dos líderes no Congresso, com quem ele e Jair Bolsonaro se reuniram hoje, as contribuições para a reforma tributária.

"O Congresso brasileiro é reformista, o presidente está dando apoio às reformas, já mandamos a administrativa e vamos mandar agora a tributária. E o pacto federativo também está entrando. Continuo otimista, o Brasil está reagindo bem", disse.

Guedes relembrou que, "chegou a pandemia, e fizemos orçamento de guerra, auxílio emergencial", entre outras medidas. Segundo o ministro, "o Brasil, junto com a China e a Coreia, são as duas ou três economias que estão voltando em V. Eu dizia que o Brasil ia surpreender o mundo".

Desoneração da folha e "invisíveis"

Guedes afirmou que a prioridade da equipe econômica é promover a criação de novas vagas de trabalho e ampliar a renda do brasileiro. O ministro destacou ainda a importância da desoneração da folha de pagamento de algumas categorias, a fim de estimular a criação de empregos.

"As prioridades são emprego e renda, retomada do crescimento, dentro do nosso programa de responsabilidade fiscal. Então, vamos ter que buscar. Queremos desonerar, queremos facilitar a criação de empregos? Então, vamos fazer um programa de substituição tributária", explicou.

Em seguida, continou: "Da mesma forma, queremos criar renda? Sim, então, vamos ter que fazer. Descobrimos 38 milhões de brasileiros, que eram os invisíveis, temos que ajudar essa turma a ser reincorporada no mercado de trabalho. Então, temos que desonerar folha, por isso que a gente precisa de tributos alternativos para ajudar a criar emprego. E renda a mesma coisa".

Guedes ainda enfatizou a importância de fazer uma retirada gradual do programa de auxílio emergencial. "Vimos a importância do auxílio emergencial. Como isso ajudou a manter o Brasil respirando e atravessando essa onda da crise. Temos que fazer essa aterrisagem suave do programa de auxílio emergencial que é exatamente o que estamos estudando", disse.

Afago ao Congresso

Ao lado do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), o ministro aproveitou para acenar à classe política, a quem fez elogios.

"[Eu dizia] Que o nosso Congresso estava ativo, trabalhando durante a pandemia. Avançamos em várias reformas, saneamento, gás natural. Estamos com agenda de setor elétrico, privatização de Correios. Então, nós estamos seguindo o que tinha sido combinado antes. O pacto federativo é a devolução dos orçamentos públicos à classe política brasileira. É ela quem decide", destacou.

Como exemplo, citou os avanços para a Saúde e a Educação em 2020. "Como o Brasil está mais protegido? Com uma indexação de 1,6% do IPCA [inflação oficial] para a saúde brasileira ou a classe política que desenhou junto com o governo os programas de emergência e R$ 800 bilhões nós jogamos para proteger a saúde dos brasileiros? Quer dizer, a ação política é muito mais importante do que um 'dinheirinho carimbado' que corrige em 1,60%. [...] A classe política está recuperando a decisão sobre os orçamentos públicos", decretou.

Sem novos impostos

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, destacou ainda que o o governo federal não vai criar novos tributos para empresas e pessoas físicas.

"Reafirmamos nosso compromisso com o teto de gastos. Nenhuma proposta que será encaminhada vai tratar dessa questão. Estamos buscando, dentro do orçamento, recursos para poder avançar nos programas e, se houver necessidade, faremos substituição de tributação, mas não haverá aumento. Não tem aumento de carga tributária e tem compromisso com o teto de gastos", finalizou.


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