21 de set. de 2020

Vale a pena ler de novo - compra de aviões seria ‘aposentadoria’ de Lula

Funcionários do governo americano dizem a analista da Stratfor que aquisição de equipamentos militares pelo Brasil só poderia ter a ver com propina, revela e-mail

O caça Rafale, fabricado pela francesa Dassault, estava sendo sondado pelo Brasil (Pascal Le Segretain/Getty Images/)

Um dos milhões de e-mails da empresa de inteligência e análise estratégica Stratfor que o site WikiLeaks começou a divulgar nesta segunda-feira diz respeito à compra de equipamento militar pelo Brasil durante o governo Lula.

Um funcionário do governo americano alocado no Brasil conversa sobre o negócio com um consultor da Stratfor chamado Marko Papic. Embora afirme não ter provas, ele é devastador no seu parecer: “A compra de submarinos é tão sem sentido que só pode ter a ver com propina. Lula provavelmente está cuidando do seu plano de aposentadoria. E veja só: a compra acontece ‘curiosamente’ no fim de seu mandato. O mesmo vale para os jatos. Nosso Departamento do Tesouro é vingativo quando se depara com subornos. Não podemos fazer nenhum negócio real num lugar corrupto como o Brasil. Os franceses não têm esses problemas”.

Marko Papic ainda acrescenta um comentário: “Não é que eu discorde, mas acredito que a França também tornou a propina ilegal”.

O servidor americano finaliza: “Desculpe-me não ter mais informações no que diz respeito à estratégia brasileira. A nossa avaliação é de que isso é puramente suborno. A única diferença é que agora o Brasil tem dinheiro, muito dinheiro, e pode de fato adquirir os equipamentos. Quero dizer, seria mera coincidência eles comprarem tanto equipamento militar da França? Os franceses sabem como realizar subornos”.

Vazamento – A mensagem faz parte de Os Arquivos de Inteligência Global, com mais de 5 milhões de e-mails da companhia Stratfor, no Texas, EUA, divulgados nesta segunda-feira pelo WikiLeaks. Os e-mails datam de julho de 2004 a dezembro de 2011. Entre os clientes da Stratfor estão o Departamento de Segurança Pública dos Estados Unidos, a Marinha americana e grandes empresas.

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