17 de nov. de 2021

Controladora boliviana de tráfego aéreo do voo da Chapecoense será ouvida em CPI no Brasil

 O Avro RJ85 envolvido no acidente – Imagem: Graham / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Juliano Gianotto - Após paralisação por conta da pandemia, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o acidente aéreo da Chapecoense retoma suas atividades com o depoimento de Celia Castedo Monastério, inspetora do serviço de administração de aeroportos e aviação da Bolívia. A oitiva está marcada para as 10h desta quinta-feira, 18 de novembro.

O requerimento da participação da controladora de tráfego aéreo é do relator da comissão, Izalci Lucas (PSDB-DF). 

“A inspetora da Administración de Aeropuertos y Servicios Auxiliares a la Navegación Aérea (Aasana) já teve a oportunidade de prestar alguns esclarecimentos à Procuradoria Regional de Chapecó, quando afirmou que o dever de checar a existência de problemas no plano de voo, das condições do avião e dos tripulantes, é dos inspetores da Direção Geral de Aeronáutica Civil da Bolívia (DGAC). Acreditamos que a oitiva da inspetora será de grande valia para o esclarecimento dos fatos investigados”, justificou Izalci no pedido da audiência.

Em 23 de setembro, a controladora foi presa pela Polícia Federal em Corumbá (MS), a mando do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que também emitiu uma ordem de extradição. Celia Monastério responde na Bolívia pela prática do crime de atentado contra a segurança do espaço aéreo, por ser considerada responsável pela análise e aprovação do plano de voo da aeronave que levava o time de futebol da Chapecoense à Colômbia em novembro de 2016.

Ela fugiu de seu país em busca de asilo político no Brasil, alegando que foi pressionada por seus superiores a alterar um relatório que havia feito antes da decolagem da aeronave, e que temia que a Bolívia não lhe desse um julgamento justo.

Requerimentos

Antes de ouvir a boliviana, os parlamentares vão fazer uma reunião deliberativa para análise de requerimentos. São sete pedidos de convocação na pauta. Entre eles, de representantes da seguradora Tokio Marine e da corretora AON. 

“As citadas seguradoras buscam se eximir de responsabilidade securitária para com as vítimas e familiares no caso do acidente aéreo envolvendo a Chapecoense, ocorrido há quase cinco anos, no qual foram vitimados 77 cidadãos brasileiros no exterior”, explicou Izalci. 

A CPI da Chapecoense trata da situação dos familiares das vítimas do acidente com a Associação Chapecoense de Futebol, em 2016. O avião que transportava jogadores, comissão técnica e convidados para a final da Copa Sul-Americana, em Medellín, na Colômbia, ficou sem combustível e caiu em uma área de floresta nas imediações da cidade. Das 77 pessoas a bordo, 71 morreram.

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