Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público e explicou que precisava desviar dinheiro para partidos que o mantinham no cargo
Paulo Roberto Costa: ele está devolvendo 5 milhões de dólares de terceiros para os cofres públicos(Cristiano Mariz/VEJA)
Veja/ Daniel Haidar - Em uma explicação didática sobre qual era seu papel na Petrobras, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa afirmou ao Ministério Público Federal que doações de campanha são "verdadeiros empréstimos a serem cobrados posteriormente a juros altos dos beneficiários das contribuições". A declaração foi feita quando Costa detalhava sua função de arrecadador de recursos indicado pelo PP ao cargo de confiança e posteriormente também respaldado por PT e PMDB.
"É uma grande falácia afirmar que existe doação de campanha no Brasil, quando na verdade são verdadeiros empréstimos a serem cobrados posteriormente, a juros altos, dos beneficiários das contribuições quando no exercício dos cargos", afirmou Costa.
Para exemplificar como seu papel repassar recursos ilegais para partidos era importante, ele também disse que "nenhum candidato no Brasil se elege apenas com caixa oficial de doações e que os valores declarados de custos de campanha correspondem em média a apenas um terço do montante efetivamente gasto".
Para se manter no cargo de ex-diretor de Abastecimento, Costa disse que tinha de desviar recursos da Petrobras: "Toda indicação política no país para os cargos de diretoria pressupõe que o indicado propicie facilidades ao grupo politico que o indicou, realizando o desvio de recursos de obras e contratos firmados".
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