19 de jun. de 2018

Jorge Viana não cresce mais e abandonaria Marcus na hora difícil, avalia cientista político



Assem Neto - O PT pede para ser derrotado quando associa a imagem de Lula á de Marcus Alexandre, pré-candidato ao Governo do Acre. E Jorge Viana não seria o que chamam de “companheiro de todas as horas”. O senador pensaria apenas em si caso o crescimento de Gladson Cameli se confirme para se tornar o primeiro candidato. A avaliação é do cientista político Nilson Euclides da Silva, na primeira entrevista de série apresentada pelo acjornal sobre as eleições de outubro. Leia abaixo:

acjornal – Associar a imagem de Lula ajudaria na campanha de Jorge e Marcus Alexandre?

Nilson Euclides – Absolutamente, não. Não sei se isso é estratégia do PT, mas a avaliação mais sóbria que se faz, baseada nas últimas pesquisas, é que a alternativa que resta é trabalhar em cima do legado nesses 20 anos. O Lula nunca foi bem votado no Acre. Chega a ser estranha a relação do partido com o eleitor acreano. E nesse momento, associar a imagem dele seria uma estratégia equivocada. Só vai tirar a possibilidade de o Marcus Alexandre crescer.

acjornal – O Jorge seria companheiro fiel do Marcus até o fim?

Nilson Euclides – A carreira política do Jorge Viana está associada ao PT. Isso é fato. Mas, veja, se lá na frente ele perceber que a vaca vai para o brejo, ele vai focar na candidatura dele e o resto que se vire. Você acha que o Jorge vai perder tempo com o Marcus Alexandre se, mais adiante, o Gladson botar uns 10 pontos de vantagem? Vejo que, para ele, é mais importante pensar na reeleição e, num possível governo de esquerda, ele estar bem na fita. Ele quer estar bem com qualquer um.

acjornal – O Jorge Estaria reeleito?

Nilson Euclides – Se não for favas contadas, ele tem grandes chances de se eleger, isso é verdade. Porém, não é uma situação confortável. Hoje, o Jorge perderia para o Petecão na capital, como ocorreu em 2010. O que chama atenção é que, ao serem questionados em quem votariam para o Senado (na pesquisa espontânea), 73% não sabem o que dizer. O eleitor que vota no Jorge, vota no Jorge e pronto. Ele não vai mudar de opinião. O senador do PT chegou aos 30% e a tendência é permanecer nesse patamá ou cair. É improvável que ele consiga trazer esse eleitor indeciso. De repente, o Minoro tira votos do Jorge e o Márcio crescendo nas andanças dele com o Gladson no interior. É um quadro bem possível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atenção:
Comentários ofensivos a mim ou qualquer outra pessoa não serão aceitos.