Ivan Golunov foi detido com drogas ilegais na mochila. Advogado e a empresa para a qual o repórter trabalha afirmaram Golunov foi alvo de uma armação
Drogas foram encontradas na mochila do jornalista/Taisia Bekbulatova/Reuters
Um jornalista russo conhecido por investigar a corrupção entre autoridades municipais de Moscou foi detido pela polícia e acusado de delitos ligados a drogas, informou a polícia nesta sexta-feira (7), mas seu advogado e a empresa para a qual o repórter trabalha disseram que ele foi alvo de uma armação.
Ivan Golunov, de 36 anos, foi detido no centro de Moscou na quinta-feira a caminho de um encontro com uma fonte quando drogas ilegais foram encontradas em sua mochila, segundo a polícia e o portal de notícias online Meduza.
Em um comunicado, a polícia moscovita disse que uma busca no apartamento de Golunov revelou mais drogas e algumas balanças e que iniciou uma investigação criminal. Se considerado culpado pela venda de drogas em larga escala, ele pode ficar preso entre 10 e 20 anos.
Dmitry Djulai, o advogado de Golunov, disse à Reuters que acredita que a polícia plantou as drogas em seu cliente para incriminá-lo. Ele disse que Golunov foi espancado e que a polícia se recusou a recolher amostras de sua mãos, unhas e mochila para atestar se ele teve contato com drogas.
Golunov é conhecido na Rússia por suas investigações sobre a corrupção na capital. O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, é um grande aliado do presidente Vladimir Putin.
A gerência editorial do Meduza, que tem sede na Letônia, disse em um comunicado que nos últimos meses Golunov recebeu ameaças em relação a uma matéria na qual estava trabalhando.
"Estamos convencidos de que Ivan Golunov é inocente", disse o comunicado. "Além disso, temos motivos para acreditar que Golunov está sendo perseguido por causa de sua atividade jornalística".
Djulai disse que a polícia também se recusou a chamar médicos para catalogarem os ferimentos que infligiu ao jornalista.
A polícia de Moscou disse que as alegações de que Golunov foi espancado ao ser preso "não correspondem à realidade".
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