14 de mai. de 2021

Hidroxicloroquina pode reduzir hospitalizações em até 60%, aponta estudo brasileiro

Brehnno Galgane - Um grupo de pesquisadores brasileiros e americanos, liderados pelo professor Dr. Anastácio Queiroz, da Universidade Federal do Ceará (UFC), publicou recentemente um estudo no qual aponta que o uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19 pode reduzir hospitalizações em até 60%, caso administrada logo nos primeiros sintomas da doença.

Com o título “Risk of hospitalization for covid-19 outpatients treated with various drug regimens in Brazil: Comparative analysis” (Risco de hospitalização para pacientes ambulatoriais de Covid-19 tratados com diversos regimes de drogas no Brasil: análise comparativa), a pesquisa foi publicada ainda no final de 2020 pela revista científica Travel Medicine and Infectious Disease.

Realizado entre maio e junho de 2020, os pesquisadores observaram 717 pacientes, todos com 40 anos de idade ou mais, que buscaram a emergência dos hospitais Hapvida Saúde no Ceará, Bahia e Pernambuco.

Os pacientes que participaram do estudo foram submetidos ao tratamento contra a Covid-19 com a hidroxicloroquina e com o corticoide prednisona. Após a prescrição dos medicamentos, o estudo aponta que houve uma queda de 50% a 60% nas hospitalizações desses pacientes.

Os pesquisadores, mesmo não declarando uma conclusão definitiva sobre o uso do medicamento, uma vez que não se utilizou da metodologia de ensaios clínicos randomizados duplo-cegos, concluíram que certamente “este trabalho adiciona à crescente literatura de estudos que encontraram benefício substancial para o uso de HCQ combinado com outros agentes no tratamento ambulatorial precoce de Covid-19 e adiciona a possibilidade do uso de esteróides para aumentar a eficácia do tratamento”, defende o artigo científico.

“No meio da pandemia de SARS-CoV-2, uma abordagem viável, com medicamentos baratos, baseando-se em sinais e sintomas sindrômicos em vez de escassos exames laboratoriais pode ajudar muitos pacientes e será ainda mais importante nos países em desenvolvimento”, diz ainda o estudo.

E acrescenta: “Como todos os tratamentos têm custos e benefícios, tratar todos os pacientes de alto risco precocemente exigiria um grande esforço do Sistema Público Universal (SUS) e de seus planos de saúde privados, mas seria muito menos caro do que o tratamento hospitalar, o que provavelmente seria impossível na escala necessária”.

O professor Dr. Anastácio Queiroz, responsável pelo estudo, defende ainda que “o uso precoce destes medicamentos de modo correto, sendo o paciente bem acompanhado clinicamente, traria um impacto imensurável para a saúde pública, reduzindo muito os gastos financeiros e o sofrimento dos pacientes, e com certeza evitaria a maioria dos internamentos e dos óbitos”.

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