De acordo com a Associação dos Juízes Federais do Brasil, 26 pessoas desembarcaram no Brasil até agora
Refugiados deixam o Afeganistão após tomada de poder pelo Tabibã
SAMUEL RUIZ / US MARINE CORPS / AFP
Segundo Clara Motta, diretora da entidade, a chegada ao Brasil é o início do processo de acolhida das juízas, uma vez que elas possuem um visto humanitário. Em seguida, elas deverão pedir o asilo, que é feito por meio do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados).
"Eu acredito que o processo será rápido porque há uma predisposição do governo brasileiro, dos órgãos públicos e uma situação clara de perseguição no país de origem. O Brasil deve auxiliar o cumprimento dos termos da convenção internacional de direito dos refugiados de 1951", explica.
Desde agosto, quando o grupo extremista retomou o controle daquele país, autoridades se mobilizaram para auxiliar cerca de 270 magistradas que ainda residiam no território afegão e corriam riscos por desempenharem atividades jurisdicionais - eventualmente, até por terem julgado e condenado membros do Talibã.
A Ajufe recorreu ao Ministério de Relações Exteriores para que as magistradas afegãs recebessem vistos humanitários e fossem acolhidas no Brasil, além de dialogar com o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).
A entidade se dispôs a, juntamente com o Conselho Nacional de Justiça e demais órgãos públicos, formular soluções e políticas de acolhida para as juízas afegãs.
"A competência para julgar causas que envolvem a concessão de asilo a estrangeiros é da Justiça Federal, por isso a Ajufe foi a pioneira em defesa das questões relacionadas às juízas afegãs com essa preocupação de recebê-las no Brasil. Por se tratar de uma questão humanitária, toda a ajuda é bem vinda e é essencial a união de esforços para encontrar a melhor solução em uma situação tão sensível," explica Eduardo Brandão, presidente da Ajufe.
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