PSM permitirá autonomia e elevará participação da indústria no Programa Espacial Brasileiro
Na última quinta (30), com o recebimento do Banco de Controle para a Plataforma Suborbital de Microgravidade (PSM), equipamento de solo responsável por todo monitoramento e comunicação com a carga antes e durante a missão, o Brasil deu um importante passo para finalizar sua própria plataforma para realizar experimentos em foguetes de sondagens.
Já o modelo de qualificação da PSM, que está sendo desenvolvida pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e pela empresa Orbital Engenharia com os apoios da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), encontra-se em fase final dos ensaios, em São José dos Campos, e consiste em um conjunto de módulos com diversas funcionalidades, dentre as quais, separação do veículo lançador, controle de velocidade angular nos três eixos para prover ambiente de microgravidade (com qualidade da ordem de 10-3 g), transmissão em tempo real dos dados dos experimentos, recepção de telecomandos para os experimentos e, também, recuperação da plataforma com resgate no mar.
A plataforma faz parte de planos para a nacionalização de um conjunto vetor completo (foguete + plataforma) voltado para pesquisas em microgravidade, pois, atualmente o Brasil utiliza para os seus experimentos a carga útil MicroG desenvolvida pela Agência Espacial Alemã (DLR), também integrada ao foguete brasileiro VSB-30. O projeto vem sendo desenvolvido há alguns anos e utiliza modernos sistemas de controle de voo e de gerenciamento de veículo, aliado à disponibilidade de seus componentes no mercado mundial.
Após realização dos testes de qualificação exigidos, o país contará com um conjunto vetor totalmente brasileiro, sendo de fundamental importância para aumento da cadência de lançamentos suborbitais em território nacional e, consequentemente, para pesquisas científicas e tecnológicas em ambiente de imponderabilidade, quando há sensação de ausência de peso provocada em objetos que estão em queda livre e em sem rotações.
A primeira missão a utilizar a Plataforma Suborbital de Microgravidade será a Operação Santa Branca, com lançamento previsto para acontecer em outubro, no Centro de Lançamentos de Alcântara (CLA). Na ocasião, será realizado experimento selecionado pelo Programa Microgravidade, da Agência Espacial Brasileira, bem como instrumentação para avaliação do desempenho da PSM.
“O sucesso do voo da PSM na operação Santa Branca será um importante avanço do Programa Espacial Brasileiro. Significará independência para a realização de operações suborbitais, especialmente para o Programa Microgravidade, e também permitirá que a indústria nacional concorra neste restrito nicho de mercado”, avalia o gerente do Programa Microgravidade da AEB, Carlos Eduardo Quintanilha.
A operação, além de qualificar em voo a PSM, treinará equipes para atuarem como prestadores de serviço de lançamento e realizará experimento no forno multiusuário do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), tornando-o disponível para que outros pesquisadores utilizem a tecnologia sem precisar desenvolver a ferramenta novamente.
O experimento do INPE, Solidificação de Ligas Eutéticas em Microgravidade (SLEM), também avançará nos estudos sobre as propriedades dos materiais que serão embarcados como amostras.
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