29 de mar. de 2023

'Não consigo me ver mais em uma sala de aula', diz professora atacada por aluno em escola de SP

Rita Reis, uma das quatro docentes feridas, estava dando aula quando levou facadas num braço e nas costas

Rita Reis estava havia três anos na escola onde ocorreu o ataque
REPRODUÇÃO/ RECORD TV

"Não consigo me ver mais em uma sala de aula", afirma uma das docentes que foram atacadas por um aluno na Escola Estadual Thomázia Montoro, em São Paulo, na última segunda-feira (27). Rita Reis, que tem 67 anos, estava dando aula quando levou facadas num braço e nas costas. 

Ela foi uma das quatro professoras feridas pelo adolescente de 13 anos, que atacou ainda dois alunos. A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morreu. 

De acordo com Rita, que é professora de história e ensinava o adolescente diretamente, a única lembrança que tem do momento é o aluno em cima dela com a faca na mão e ela gritando "para, para, para". 

'Vai acontecer de novo, só não se sabe onde', diz especialista sobre ataque em escola de SP

Rita abriu a porta da sala onde dava aula para ver o que estava acontecendo. Foi nesse momento, após ter agredido Elisabeth, que o aluno atacou a professora. "Achei que ia morrer, achei que aquele seria meu momento." 

Ela afirma que o estudante era quieto e reservado, sempre de fones de ouvido e alheio a tudo, mas muito violento. O aluno tinha voltado havia 15 dias, após ter passado um ano estudando em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. "Os professores tentavam puxá-lo para a aula, mas não conseguiam", conta. 

Além de Rita, duas docentes tiveram ferimentos e sobreviveram ao ataque — Ana Célia Rosa e Jane Gasperini.

Vigília de alunos homenageia professora morta em escola de SP

"Vai ser muito difícil continuar sem ela.  Era uma pessoa divertida, que trazia momentos bons e alegres", afirmou Rita, que dividia aulas com Elisabeth e soube de sua morte pela mídia. 

A polícia acredita que o adolescente tenha premeditado o crime. Ele teria feito postagens nas redes sociais em que informava que "se vingaria". Uma aluna explicou que a briga entre os dois estudantes envolvidos começou na semana passada. 

O adolescente foi transferido para uma unidade da Fundação Casa, na capital paulista, na noite de segunda-feira. O Ministério Público pediu a internação do jovem e aguarda uma decisão da Justiça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Atenção:
Comentários ofensivos a mim ou qualquer outra pessoa não serão aceitos.