23 de dez. de 2024

O Acre respira liberdade para produzir, é exportador e em breve estará em outro patamar de prosperidade”, afirma secretário Assurbanípal


                 Jorge Natal, especial para o Acre News


Com mais de 120 anos de história, o Acre é um dos lugares onde mais se ressente de políticas públicas proativas e consequentes. Apesar das riquezas existentes neste maravilhoso local, todas elas seguem ainda subexploradas.

Possuímos uma localização estratégica quando se trata de exportações e podemos atrair inúmeros investimentos como, por exemplo, o desenvolvimento de polos de tecnologia e pesquisa farmacêutica, cosmética e alimentícia, dentre outras tipologias produtivas que podem se adequar plenamente às potencialidades regionais.

Apesar de um verdadeiro boom econômico nos últimos anos, ainda somos o segundo estado mais pobre do país, ficando à frente apenas do Estado de Roraima, que tem dois terços de seu território formado por áreas de proteção ambiental.


Autodesenvolvimento ou agroindustrialização, tema deste material, é o modelo que forma uma bem-definida cadeia produtiva, englobando os três setores da economia, começando com a agricultura cujos produtos vindos deste setor seriam processados (indústria) e agregariam valor. Por último, eles seriam exportados (comércio) gerando divisas para o estado.

Como o desenvolvimento da produção de grãos (soja e milho), poderemos intensificar a piscicultura, a criação de aves e principalmente de suínos, alimentando-os com uma ração regionalizada. A pecuária de corte, que ainda não está consolidada, precisa incorporar ciência e tecnologia para se expandir nas regiões dos Vales do Juruá e Purus.

Essa proposta, que estimula a agricultura em larga escala, notadamente na parte leste do estado, também é focada em produtos regionais como a madeira, a castanha, o café, o feijão, a mandioca, a banana, o açaí, a cana-de-açúcar e a fruticultura de um modo geral. O papel do poder público seria garantir a infraestrutura adequada e necessária para incentivar a produção em escala maior, bem como criar um ambiente favorável, com incentivos e isenções para a instalação de indústrias desses produtos.

A base da indústria mundial é a biodiversidade e os medicamentos e cosméticos lideram isso. Podemos trabalhar com a tecnologia ambiental, a bioeconomia, que seria a utilização dos produtos da floresta para alavancarmos o nosso desenvolvimento, com investimentos e direcionamentos necessários. Temos recursos únicos que nos potencializam para almejarmos essa liderança.

Para falar sobre desenvolvimento econômico sustentável, a reportagem foi até à Secretária de Ciência, Indústria e Tecnologia (Seict) e conversou com Assurbanípal Barbary de Mesquita, engenheiro eletricista. O gestor falou do Acre como a nova fronteira agrícola, do corredor de exportação e importação através da nova estrada do pacífico e do fortalecimento da indústria e do comércio. “Precisamos nos preparar para esse novo momento da história acreana”, disse. Veja os principais trechos entrevista:

AcreNews – O governo atual mudou o paradigma econômico do estado, notadamente com o advento do agronegócio, o que fez o nosso PIB crescer. Comente sobre isso.

Assurbanípal – Realmente diversificamos a nossa matriz econômica. O produtor acreano tem um enorme potencial, apesar de não termos ainda uma cultura empreendedora nos municípios. O governador deu liberdade para trabalhar, principalmente nos mecanismos de licenciamento, de forma legal, obviamente. O milho, a soja e o café são alguns destaques da nossa produção. Essas culturas têm um dos mais elevados níveis de produção do país. Neste mesmo período, também houve um crescimento do setor madeireiro. Existia muita insegurança jurídica, portanto, quase não havia investimento empresarial.


AcreNews – Quais são as propostas ou soluções para tirar o Acre do subdesenvolvimento?

Assurbanípal – A resposta não vai estar em um único caminho, ou seja, precisamos de várias saídas. Uma delas é o agronegócio, uma vez que já se mostrou viável. Um exemplo disso são os produtores de suínos que temos na região do Alto Acre. A produção de café, que chegou em quase todos municípios, também é um investimento exitoso. Outra saída é a nossa floresta, que tem vários vieses, e um enorme potencial. Temos também pecuária de corte, que precisa se expandir, ou seja, aumentar o rebanho através da criação em confinamentos. Por fim, temos que apoiar as indústrias para processar as matérias primas, que temos em abundância, sobretudo as vocacionais. A intenção é parar de exportar os nossos produtos in natura. O Acre tem um potencial gigante para o turismo, notadamente com os festivais indígenas, com as comunidades tradicionais, como a Serra do Divisor e o Croa, e com o turismo religioso. Ainda não conseguimos transformar isso em ativo, embora tenha havido um avanço muito grande na organização desse setor.

AcreNews – O senhor esteve na China e no Peru e pôde ter contato com a proposta de criação de um novo corredor de exportação e importação mundial. Esse novo modal cortaria o Brasil, inclusive passando pelo Acre. Comente sobre isso.

Assurbanípal – Esse é um componente geopolítico estratégico. O Acre sempre teve esse desejo de se integrar com o Peru. Temos mercados consumidores próximos e estamos no centro. A ligação com o Pacifico, por Assis Brasil, foi um marco importante para esse novo momento. A pandemia fez essa rota crescer, uma vez as outras estavam saturadas. Dessa forma, houve um salto nas exportações pelo Acre, que atingiu 85 milhões de dólares, quase o dobro do ano passado. Eu destaco a produção agropecuária, a castanha e a madeira como os principais produtos. Podemos dizer que o Acre é exportador de ração e botas, por exemplo. Temos expectativa desse corredor, inclusive com a inauguração desse novo porto no Peru. Acre está ao lado disso. Uma coisa é a exportação, que já está acontecendo, e a outra é a importação que vai criar inúmeras frentes de negócios, ou seja, podemos ser distribuidores desses produtos estrangeiros. Este ano já manifestamos essa intenção para os investidores chineses.


AcreNews – Trocando de assunto, por que as indústrias de fármacos e cosméticos não se instalam no Acre?

Assurbanípal – Nos últimos três anos, tem aumentado a maturidade desse componente no desenvolvimento acreano. Estamos buscando novos mercados e agora a inovação, que significa o melhoramento de produtos e serviços. Também temos novas ideias de negócios, a partir da nossa biodiversidade, que dá origem a produtos diferenciados. Temos um cientista que desenvolveu um fármaco que pode tratar dependentes químicos. É um empreendedor acreano. Outra acreana extraiu da copaíba propriedades do canabidiol. Ela fundou uma empresa e tem autorização da Anvisa. Existem empresas novas que surgem a partir de ideias inovadoras e que têm potencial de crescer rapidamente, ou seja, são startups. Temos mais de duzentas dessas no Acre. Esses produtos são muito valiosos no mercado brasileiro e internacional. A nossa missão é apoiar e potencializar esses negócios. E vamos estudar ainda mais as cadeias produtivas existentes em nossa região. A Ciência, a tecnologia e a inovação irão dar up grade na nossa economia.

AcreNews – Entre 1904 a 1912, o Acre gerou muitas divisas para o Brasil, principalmente com a exportação da borracha. O senhor não acha que a União tem uma dívida histórica com o Acre? E isso não poderia vir através de aportes financeiros para alavancar a nossa economia?

Assurbanípal – A União é um dos atores políticos. O governo criou o plano decenal, ou seja, um planejamento a longo prazo que foi feito a muitas mãos. Temos, também, as emendas parlamentares que podem ser revertidas para resolver os problemas estruturantes do estado. Elas totalizam cerca de R$ 800 milhões todo ano. É um recurso significativo, que pode e deve ser canalizado para a resolução de problemas como os ramais, as pontes de concreto, a reconstrução da BR-364, a criação de agroindústrias e o apoio à produção agrícola familiar. Existem outras fontes de financiamento, mas as emendas parlamentares são as mais apropriadas e viáveis.

20 de dez. de 2024

Portal Acre Mais fará cobertura especial da AgroPec 2024 em Epitaciolândia: Veja a programação


Da redação do Portal Acre Mais - A maior feira agropecuária da região do Alto Acre começa hoje (20) em Epitaciolândia, prometendo movimentar a economia e a cultura local até o próximo domingo, dia 22. Com uma programação diversificada e grandes atrações, a AgroPec 2024 contará com a cobertura consorciada do Portal Acre Mais e do Acre News, garantindo ao público informações em tempo real sobre os principais momentos do evento.

A abertura oficial da feira acontece nesta sexta-feira, com uma agenda repleta de emoção e entretenimento. Às 21h, será realizada a escolha da Rainha Agropecuária, marcando o início das celebrações com charme e tradição. Em seguida, às 22h, o rodeio será aberto, reunindo peões de diversas localidades e garantindo um espetáculo de adrenalina. Para encerrar a noite, a partir das 23h30, o palco receberá o show de Jadson Santos e Banda, seguido pelas performances dos DJs Thiago e Black, prometendo agitar o público até altas horas.


O MELHOR QUEIJO

A programação especial compõe também da competição do melhor queijo que vai premiar os melhores produtores hoje. Eles terão a oportunidade de exibir sua habilidade e tradição na fabricação do queijo, um dos produtos mais valorizados da região. O evento distribuirá prêmios em dinheiro para os três melhores colocados: R$ 500 para o 1º lugar, R$ 300 para o 2º lugar e R$ 200 para o 3º lugar.

A organização do concurso é realizada em parceria com o Sebrae, o deputado Eduardo Velloso, a Sudam e a Prefeitura de Epitaciolândia, com o objetivo de valorizar a produção artesanal e promover a gastronomia local.

Votado em definitivo pelos vereadores o Plano Municipal de Cultura

Outros dois também foram votados em definitivo



CMT – Na 3ª Sessão Extraordinária de 2024 convocada pelo presidente Pedro Claver foram votados em definitivo 02 Projetos de Lei que estavam tramitando.

O primeiro foi o PL Nº 030/2024 que institui o plano municipal de cultura de Tarauacá cujo qual foi aprovado por unanimidade entre os pares, tornando-se assim que sancionada pelo executivo a Lei Nº 1107/2024.

O segundo foi o PL Nº 031/2024 onde autoriza o Poder Executivo a conceder abono em caráter excepcional, no exercício de 2024, para fins de cumprimento de disposto no inciso XI, do artigo 212-A, da Constituição Federal.

Também aprovado por unanimidade tornar-se-á assim que sancionada pelo executivo municipal a Lei Nº 1108/2024.


Vereadores de pé promulgando as Leis

A Mesa Diretora colocou também, mas dessa vez para apreciação o PL Nº 007/2024 que dispõe sobre a fixação do subsídio do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais do município de Tarauacá.

Dando prosseguimento aos trabalhos, o presidente Pedro Claver convocou seus pares para outra Sessão Extraordinária que seria realizada a seguir encerrando assim a 3ª Sessão Extraordinária. 

Assim que deu-se início a 4ª Sessão Extraordinária e para cumprir o Regimento Interno, devido ao avanço da hora, o vereador Valdor do Ó solicitou verbalmente a prorrogação da mesma, no que foi aceito unanimemente por todos seus congêneres em votação estabelecida pelo presidente Claver.

Aprovando a Ata da Sessão anterior o Presidente Pedro Claver suspendeu a Sessão por tempo indeterminado para a assinatura dos pareceres.

No retorno, a Mesa Diretora colocou em votação final o PL Nº 007/2024 que dispõe sobre a fixação do subsídio do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais do município de Tarauacá.

Aprovado por unanimidade entre os nobres vereadores, tornar-se-á, assim que sancionada pelo executivo municipal, Lei Nº 1109/2024.

O PL em questão pode ser acessado clicando (aqui).

Na próxima semana será votado o orçamento municipal, e assim, o parlamento mirim entrará em recesso parlamentar.

19 de dez. de 2024

Por que o gás natural é tão caro no Brasil; e como a Argentina pode mudar isso

Não é só o tamanho das reservas de Vaca Muerta. É o ambiente de livre concorrência

Gasoduto na província de Neuquén, centro-oeste da Argentina, a região que abriga Vaca Muerta. Foto: Getty Images


Por Alexandre Versignassi - Um metro cúbico do gás natural custa US$ 0,07 nos Estados Unidos. Aqui, US$ 0,44. 

Ou seja: para cada US$ 1 milhão que uma termelétrica de lá gasta com esse combustível, uma daqui desembolsa US$ 6 milhões. “Escala 6 x 1”. E nem estamos falando de câmbio, já que a comparação é sempre em dólar mesmo – custe a moeda americana o quanto custar. 

É por isso que a nossa conta de luz entra em bandeira vermelha quando o nível das hidrelétricas cai. Nesses momentos, acionam-se as térmicas, e a maior parte delas é movida a gás natural, que vale ouro no Brasil. 

Também sofre a indústria que precisa de calor – caso da de alimentos e bebidas, que demanda gás para pasteurização, secagem etc. Penam igualmente as fábricas de fertilizantes; as moléculas do gás natural (metano puro) são matéria-prima ali. Dado o preço alto no mercado nacional, 85% dos nossos fertilizantes são importados.      

O gás natural é caro no Brasil porque o tanto que produzimos por aqui não dá conta da demanda. O que chega da Bolívia, importado via gasoduto, também não basta para complementar. Resta trazer GNL, o gás natural liquefeito – geralmente dos EUA. E esse é bem mais dispendioso, já que viaja de navio.

Ilustração de um “metaneiro” – navio que transporta GNL, o gás natural liquefeito. Getty Images

Não só. Antes de embarcar, o gás precisa ser refrigerado a -162 ºC. E quando quando chega ao porto de destino tem de passar por uma regaseificação para entrar nos tubos brasileiros. Tudo isso, mais o frete, custa os olhos da cara. E o preço do gás por aqui vai para as alturas – pois o preço do GNL acaba determinando o valor do gás produzido no Brasil, e também o daquele que vem da Bolívia, mesmo que o transporte desse não saia tão caro assim.


Veja aqui como estamos hoje:

Em anos de seca, com as hidrelétricas pela hora da morte, a importação de GNL bomba. Em 2021, por exemplo, aportaram no Brasil 26 metros cúbicos por dia (m³/d). Bem mais do que aquilo que chega da Bolívia. Pior. As reservas por lá estão se esgotando, por falta de investimento em prospecção. A estimativa é a de que, em 10 anos, eles só consigam enviar, no máximo, 5 milhões de m³/d – míseros 7% da nossa demanda total.

A alternativa mais realista para evitar o colapso é encontrar outro fornecedor externo que possa vender para a gente via gasoduto – de preferência numa quantidade grande o suficiente para reduzir nossa dependência do GNL. E a boa notícia é que isso aconteceu. 

Há 15 anos, quando a Petrobras começava a tatear o pré-sal, a Argentina descobriu uma reserva monstruosa de gás natural em suas terras, perto da fronteira com o Chile. É a área de Vaca Muerta, uma formação geológica cheia de gás do tamanho de Alagoas (e batizada assim por conta de uma serra homônima lá por perto).

Desde o começo da década passada foram desenvolvendo a extração de gás em Vaca Muerta. A Argentina dependia do gás da Bolívia, como nosostros. Não mais. Agora já é exportadora – envia para Chile por gasodutos. Mas ainda há pelo menos 8,7 trilhões de metros cúbicos a explorar (o bastante para sustentar a demanda mundial de hoje por um século).

E o Brasil, vizinho de porta, é um destino óbvio de exportação.

Tanto que no dia 18 de novembro os governos do Brasil e da Argentina assinaram um “memorando de acordo” com a ideia de viabilizar o comércio de gás canalizado entre os dois países – dado o interesse estratégico para ambos.

A Argentina ganha uma fonte de moeda forte; recurso escasso por lá. E o Brasil uma de gás natural barato, recurso escasso por aqui. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o gás argentino chegaria às nossas distribuidoras por US$ 0,26 a US$ 0,30 o metro cúbico – até 40% mais barato do que hoje.

Segue uma tabelinha para ilustrar melhor, agora com os preços por milhão de BTUs (British Thermal Units), o padrão do mercado (e que equivale a 26,8 metros cúbicos).

A expectativa é terminar 2025 com 2 milhões de m³/d vindos de Vaca Muerta, conforme fecham-se os primeiros contratos de fornecimento. E o objetivo é chegar a 30 milhões de m³/d até 2030 – o que reduziria nossa dependência de GNL mesmo num cenário de forte aumento na demanda de gás natural nos próximos anos.


LEIA MAIS: Com seca persistente, Brasil avalia mais importações de GNL no início de 2025       

Nada mau. Tanto que uma semana depois do memorando, em 27 de novembro, saiu o primeiro negócio: a francesa TotalEnergies, uma das várias companhias de óleo e gás que opera em Vaca Muerta, fechou um acordo de exportação com a brasileira Matrix Energia. E virão muitos mais – porque o encanamento para trazer gás lá do pé dos andes até o chuveiro da sua casa já estava pronto antes mesmo da descoberta de Vaca Muerta.


O lado bom da cizânia

Tudo por conta de uma ironia do destino. Os gasodutos argentinos que traziam gás boliviano já passavam por cidades que ficam sobre a área de Vaca Muerta.

Como a Argentina deixou de importar gás da Bolívia, dá para inverter a direção. O gás dos hermanos sobe até as terras bolivianas e de lá flui para a rede brasileira de gasodutos.

Para alcançar os 30 milhões de m³/d será preciso mais estrutura. Mas a que existe hoje já basta para dar o ponta pé inicial.

E Vaca Muerta traz uma vantagem inusitada. “A cereja do bolo é o fato de estarmos numa janela em que não há alinhamento entre governos”, diz Rivaldo Moreira Neto, diretor da área de infraestrutura da consultoria Alvarez & Marsal. 

O ponto de Rivaldo é o seguinte. Se Lula e Milei estivessem em lua de mel, é provável que as petroleiras estatais dos dois países tomassem conta do parquinho, com Petrobras e YPF, sua equivalente argentina, monopolizando todos os acordos de fornecimento – num padrão inimigo da concorrência e amigo dos preços altos.

Ele cita como exemplo o caso do gás boliviano. “O mercado brasileiro nunca pôde ir, ele mesmo, buscar gás. Sempre foi a Petrobras [junto à YPFB, a estatal boliviana do setor]”. Pior para o Brasil: a estatal sempre tabelou o gás boliviano usando como referência o preço do GNL, naturalmente mais caro.

O caso de Vaca Muerta é bem diferente. 25 companhias de óleo e gás operam ali – incluindo a Petrobras, que atua como coadjuvante (tem uma participação de 34% em um dos diversos campos ali, junto com a YPF e a Pampa Energía, um grupo privado da Argentina).

Do lado brasileiro, o jogo é o mesmo: várias distribuidoras daqui começam a buscar seu gás em Vaca Muerta por conta própria. Cria-se aí um ambiente de livre concorrência, que produz preços mais baixos – por cortesia da cizânia ideológica entre o governo daqui e o de lá.

Com ou sem rusgas entre futuros mandantes, que o cenário siga assim. Estado bom, afinal, é Estado que não atrapalha.

Agradecimento: Diogo Lisbon, pesquisador do FGV Ceri – Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura.

Charge do ano


Assuero aponta entraves para o futuro do agro no Acre e reforça falas de sindicalistas sobre burocracias


Por Wanglézio Braga - O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC), Assuero Veronez, fez um contundente alerta durante entrevista ao Portal Acre Mais. Ele reforçou a crítica feita pelos presidentes dos sindicatos rurais, durante encontro, sobre a burocracia, que, segundo ele, sufoca o setor rural no estado, impedindo o crescimento econômico e contribuindo para o êxodo de jovens em busca de oportunidades fora do Acre.

“Essa rede burocrática abraça a produção rural e trava o desenvolvimento. Precisamos negociar diariamente com políticos e órgãos federais e estaduais para resolver questões ambientais, fundiárias e de crédito. É uma luta constante”, destacou Veronez.

Segundo ele, o agronegócio é a maior vocação do Acre, com atividades como pecuária, soja, milho e café crescendo, mas enfrentando enormes dificuldades devido à falta de apoio tecnológico e barreiras regulatórias.

“Precisamos produzir mais, ser mais competentes e garantir que nossos produtores vivam de forma mais digna. Sem produção, não há indústria, não há empregos, e nossos jovens continuam indo embora”, lamentou.

Veronez afirmou que o foco da federação em 2025 será intensificar o trabalho para superar esses desafios, buscando criar um ambiente mais favorável ao desenvolvimento do setor rural acreano. “No próximo ano, almejamos trabalho, trabalho, trabalho”, finalizou.

Marinha do Brasil lança míssil antinavio MANSUP a partir da viatura Astros


A Marinha do Brasil deu um grande passo na sua estratégia de defesa com o lançamento inédito do Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP), feito a partir de uma Viatura ASTROS, do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais.

A operação, realizada na área de testes do Centro de Avaliações do Exército (CAEx) com o apoio dos Fuzileiros Navais, marcou um avanço importante para o projeto e fortaleceu a capacidade de resposta da Marinha.

Com alcance de até 70 km e alta precisão, o MANSUP, armamento das futuras Fragatas Classe “Tamandaré”, traz mais flexibilidade e potência para proteger a Amazônia Azul e os recursos naturais do Brasil. Esse lançamento, realizado dia 17 de dezembro, também representa a modernização do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), reforçando a soberania nacional e a defesa marítima do país.

Menino de 4 anos morre após se engasgar com pedaço de carne

Portal Ancorador/Por Eduardo - Uma tragédia abalou a cidade de Aparecida de Goiânia na última segunda-feira, dia 16. Um menino de apenas 4 anos morreu após se engasgar com um pedaço de carne durante uma refeição em sua residência, localizada no setor Parque Itatiaia. O incidente ocorreu enquanto a criança estava sob os cuidados de sua mãe e avó.

De acordo com relatos, a família tentou realizar manobras para desobstruir as vias respiratórias do menino, mas a situação rapidamente se agravou. Reconhecendo a gravidade do caso, a mãe e a avó levaram a criança ao Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia (Heapa). No hospital, os médicos conseguiram retirar o pedaço de carne que obstruía a respiração, mas o menino já havia entrado em estado crítico devido à falta de oxigênio. Apesar das tentativas de reanimação, ele não resistiu.

Especialistas alertam que o engasgo é uma das principais causas de emergências em crianças pequenas, devido à fragilidade das vias respiratórias e à menor resistência à falta de oxigênio. Situações como essa destacam a importância de conscientização e preparo para lidar com emergências, incluindo o conhecimento de manobras como a de Heimlich, que pode salvar vidas em casos semelhantes.

18 de dez. de 2024

Abono salarial da 'Educação Municipal' é votado pelos Vereadores

Mais dois Projetos de Lei também foram contemplados



Câmara de Tarauacá03 Projetos de Lei oriundos do Executivo Municipal que estavam tramitando foram votados em definitivo hoje (18), pelos nobres vereadores.

Para isso, o presidente Pedro Claver suspendeu a Sessão por tempo indeterminado até que todos os pareceres fossem assinados.

O 1º foi o PL Nº 027/2024 oriundo do Executivo Municipal que estabelece o nome 'Praça Francisco Mota Morais - Chico Amor' ao local conhecido como ' Praça da Juventude'.

Com apenas o voto contra proferido pelo Vereador Dikim, o mesmo foi aprovado e será a Lei Nº 1104/2024 assim que sancionada.

O 2º foi o PL Nº 028/2024 que estabelece a terceira entrada da cidade de Tarauacá como 'Avenida Francisco Feitoza Batista', foi aprovado por unanimidade e será a Lei Nº 1105/2024 assim que sancionada.

E o 3º e último votado em definitivo foi o PL Nº 029/2024, e que tem por objetivo a preservação e destinação exclusiva dos itens inventariados e patrimoniados pelo Teatro Municipal José Potyguara para atividades relacionadas às artes cênicas e culturais exclusivamente dentro de suas dependências.

Também aprovado por unanimidade se tornará a Lei Nº 1106/2024 assim que sancionada.


Para o leitor ter acesso a todos os arquivos, basta clicar (aqui).


Vereadores em pé proclamando as novas Leis


Entraram em apreciação


Os vereadores colocaram ainda 02 PL(s) para apreciação dos pares, foram eles:

O primeiro foi o PL Nº 030/2024 que institui o plano municipal de cultura de Tarauacá, onde pode ser acessado.

E o segundo foi o PL Nº 031/2024 autoriza o Poder Executivo a conceder abono em caráter excepcional, no exercício de 2024, para fins de cumprimento de disposto no inciso XI, do artigo 212-A, da Constituição Federal. 

O presidente Pedro Claver estima que na próxima Sessão seja votado também o orçamento municipal que está em apreciação.


Venezuelanos recorrem a lenha de móveis e galhos para contornar crise do botijão de gás

Desabastecimento acontece três semanas após explosão em fábrica de processamento prejudicar fornecimento

Um morador usa lenha para ferver água para cozinhar no bairro de Petare, em Caracas. Foto: Bloomberg

                  Por Bloomberg


Venezuelanos, que lutam contra a escassez desesperada de propano, estão recorrendo à queima de galhos de árvores e pedaços de móveis em seus fogões de cozinha, pressionando ainda mais a economia da nação que já está sobrecarregada pela inflação galopante.

Três semanas após uma explosão em uma fábrica de processamento ter prejudicado o fornecimento do combustível que a maioria dos venezuelanos usa para cozinhar, ainda não há um cronograma do governo para restaurar as vendas de propano.

A escassez se agravou tanto que os moradores de Caracas e de outras áreas estão recorrendo a churrasqueiras a carvão ou elétricas para preparar as refeições. Os governos locais estão racionando o propano, e os sites de mídia social estão repletos de imagens de filas de dias de pessoas que esperam reabastecer os recipientes.

No bairro Petare, em Caracas, um bairro extenso e empobrecido, os moradores fervem panelas de água sobre lenha para conseguirem cozinhar as hallacas, uma refeição tradicional de feriado com carne bovina, suína e de frango enrolada em folhas de bananeira. Em alguns casos, eles adicionam embalagens, espumas plásticas e outros descartes para alimentar o fogo.


LEIA MAIS: Produção de petróleo da Argentina deve tirar Colômbia do pódio na América Latina

Mesmo aqueles que não são obrigados a improvisar combustível para cozinhar, a fumaça dos vizinhos pode ser incômoda e perigosa. A poluição do ar residencial causada pela queima de combustíveis como a madeira mata mais de 3 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, e o ônus recai desproporcionalmente sobre mulheres e crianças, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

“Eu mesma estou construindo um pequeno fogão com tijolos para cozinhar com carvão”, disse Elena Guzman, que mora em Palo Negro, no estado de Aragua, a 100 km da capital Caracas. “Emprestei meu botijão de gás para minha mãe, e ela já usou tudo.”

Cilindros de propano vazios são carregados em um caminhão em Petare. Foto: Bloomberg

A escassez ocorre quatro anos depois que os militares da Venezuela assumiram temporariamente o controle da distribuição de propano e racionaram as entregas depois que uma usina de processamento pegou fogo e prejudicou o fornecimento do combustível.

Os problemas recentes começaram em 11 de novembro, após uma explosão em um complexo de gás natural no estado de Monagas. A instalação é responsável por separar os subprodutos do gás do petróleo bruto e depois os envia para um complexo maior, onde o propano é processado antes de ser enviado aos centros de distribuição. Embora os trabalhadores tenham conseguido restaurar a produção de gás natural na usina, a produção de propano continua prejudicada.

Em 30 de novembro, a produção venezuelana de propano ainda estava cerca de 70% abaixo dos níveis anteriores à explosão, de acordo com dados vistos pela Bloomberg. O Ministério da Informação do país e a empresa estatal de petróleo, Petroleos de Venezuela, ou PDVSA, não quiseram comentar. O uso de lenha e outras alternativas ao propano é mais comum em áreas fora de Caracas, onde o fornecimento de energia é mais frágil.

“Os distribuidores locais me disseram para racionar o que tenho porque disseram que a PDVSA está racionando e eles não sabem quando o caminhão de gás chegará”, disse Juana Rodríguez, que mora em La Guaira, perto de Caracas. Ele está sem combustível há mais de duas semanas.

O governo atribuiu a explosão a “ataques terroristas” de “extremistas” que tinham como alvo “o coração do sistema de gás natural do país”. Pelo menos 11 pessoas foram presas, disse a vice-presidente Delcy Rodríguez uma semana após o desastre.

Agora, as autoridades de estados como Anzoátegui, Táchira, Barinas e Nueva Esparta estão racionando o abastecimento e restringindo as vendas. A dificuldade de encontrar combustível é uma dificuldade que se soma a um aumento de 16,6% nos preços gerais ao consumidor nos primeiros 10 meses deste ano.

17 de dez. de 2024

Senador Alan Rick promove seminário sobre saneamento básico na Amazônia com participação do Ministro Waldez Góes


Assessoria - O gabinete do senador Alan Rick (União-AC) promove, nesta quinta-feira, 19, às 15h, no auditório da OAB/AC, o seminário "A Solução para o Saneamento Básico na Amazônia - O Modelo Inovador do Amapá", que contará com a presença e palestra do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

Góes, enquanto governador do Amapá, consolidou um modelo pioneiro de concessão dos serviços de saneamento no Brasil. Além de idealizador do projeto, ele assumiu o papel de articulador intermunicipal e garantiu a adesão dos 16 prefeitos ao Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário. A concretização do modelo garantiu investimentos de R$ 4,8 bilhões no setor pelos 10 anos subsequentes à concessão, ocorrida em 2021. De imediato, R$ 930 milhões — valor do arremate da concessão — foram repassados às prefeituras para aplicação em infraestrutura e investimentos para os munícipes.

Outro dado importante sobre o modelo implantado no Amapá é a meta para a melhoria da cobertura dos serviços. Em até 11 anos, a cobertura de fornecimento de água tratada deverá passar de 38% — dado de 2021 — para 99%, e a de esgotamento sanitário de 8% para 90% em até 18 anos.

Toda essa experiência será transmitida pelo atual ministro durante o seminário organizado pelo gabinete do senador Alan Rick, parlamentar que tem atuado para implantar modelo semelhante no Acre, a começar pela gestão de resíduos sólidos por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs).

A articulação do senador Alan Rick, em parceria com a Associação dos Municípios do Acre (AMAC), já garantiu a adesão dos 22 prefeitos acreanos ao Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Acre (CINRESO), e o estudo de modelagem econômica e financeira do projeto de instalação dos aterros sanitários regionalizados já tem recurso garantido pelo Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional Sustentável (FIDRS). Esses foram os primeiros passos rumo ao fim dos lixões irregulares em todo o Acre, que deverá se tornar o primeiro estado brasileiro com 100% das cidades obedecendo às diretrizes do Marco Legal do Saneamento e da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Atualmente, com exceção de Rio Branco, todos os demais municípios destinam o lixo doméstico a lixões irregulares e têm termos de ajustamento de conduta com o Ministério Público Estadual.

O seminário será uma oportunidade única para discutir soluções eficazes para o saneamento básico na região Amazônica e conhecer um modelo inovador que pode servir de referência para o Acre e os outros estados da região. 

O senador Davi Alcolumbre (União-AP), que teve papel importantíssimo na concretização do modelo implantado no Amapá, também virá ao Acre para participar do seminário.


Serviço:

Seminário "A Solução para o Saneamento Básico na Amazônia - O Modelo Inovador do Amapá"

Data: 19 de dezembro

Horário: 14h

Local: Auditório da OAB/AC

Endereço: Alameda Min. Miguel Ferrante, 450 - Portal da Amazônia - Rio Branco/AC

Palestrante: Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. 

Participação: senador Davi Alcolumbre (União-AP), governador Gladson Cameli, prefeito de Rio Branco e presidente da AMAC, Tião Bocalom, demais prefeitos em mandato, prefeitos eleitos, gestores do governo e prefeituras, especialistas em saneamento.

16 de dez. de 2024

Exército e Marinha dos EUA avançam em armas hipersônicas


O Escritório de Capacidades Rápidas e Tecnologias Críticas do Exército dos EUA, em colaboração com os Programas de Sistemas Estratégicos da Marinha, completou recentemente com sucesso um teste de voo “end-to-end” de um míssil hipersônico convencional na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida.

“Este teste é um avanço significativo que se baseia em diversos testes anteriores, nos quais o Corpo de Deslizamento Hipersônico Comum alcançou velocidades hipersônicas em distâncias-alvo. Isso demonstra que podemos colocar essa capacidade nas mãos dos nossos combatentes,” afirmou Christine Wormuth, Secretária do Exército dos EUA.

Este é o segundo teste end-to-end bem-sucedido do All Up Round (AUR) neste ano e o primeiro disparo ao vivo do sistema de Arma Hipersônica de Longo Alcance utilizando um Centro de Operações de Bateria e um Transportador-Eretor-Lançador.

“Este teste marca um marco importante no desenvolvimento de um dos nossos sistemas de armas mais avançados. À medida que nos aproximamos da primeira entrega dessa capacidade aos nossos parceiros do Exército, continuaremos avançando para integrar o Conventional Prompt Strike em nossos navios de superfície e submarinos, garantindo que continuemos sendo a força de combate mais proeminente do mundo,” disse Carlos Del Toro, Secretário da Marinha dos EUA.

As informações coletadas nesse teste apoiarão o primeiro Desdobramento Operacional do Exército do AUR hipersônico comum, bem como o uso pela Marinha em campo, a partir de bases navais.

“Este teste é uma demonstração do sucesso da parceria entre Marinha e Exército, que nos permitiu desenvolver um sistema de armas hipersônicas transformador, oferecendo uma capacidade inigualável para atender às necessidades conjuntas de combate,” declarou o Vice-Almirante Johnny R. Wolfe Jr, Diretor dos Programas de Sistemas Estratégicos da Marinha, principal responsável pelo design do míssil hipersônico comum.

O AUR hipersônico comum apoia a Estratégia de Defesa Nacional e fornecerá aos comandantes combatentes capacidades diversificadas para sustentar e fortalecer a dissuasão integrada, além de construir vantagens duradouras para a Força Conjunta.

Sistemas hipersônicos, capazes de voar a velocidades superiores a cinco vezes a velocidade do som (Mach 5), oferecem uma combinação única de velocidade, alcance, manobrabilidade e altitude. Isso permite a rápida neutralização de alvos críticos, mesmo em áreas fortemente defendidas.

“A capacidade de resposta, manobrabilidade e sobrevivência das armas hipersônicas são incomparáveis com as capacidades de ataque tradicionais para alvos de precisão, especialmente em ambientes de negação de área e acesso,” destacou o Tenente-General Robert A. Rasch, Diretor de Hipersônicos, Energia Dirigida, Espaço e Aquisições Rápidas do RCCTO.

Os programas RCCTO do Exército e SSP da Marinha estão colaborando para lançar rapidamente variantes terrestres e marítimas de um sistema de armas hipersônicas que atenderão às necessidades críticas conjuntas de combate. O uso de um míssil hipersônico comum e oportunidades conjuntas de teste permitem que os Serviços sigam um cronograma mais agressivo para entrega e realizem economias de custo. Essa colaboração garante que os Serviços permaneçam à frente de ameaças emergentes e mantenham uma vantagem decisiva no campo de batalha.


FONTE: U.S. Department of Defense

Portugal adquire 12 aeronaves A-29N Super Tucano da Embraer

País europeu se torna o cliente de lançamento do A-29N, versão OTAN desta aeronave de treinamento avançado e ataque leve de renome mundial


O Ministério da Defesa Nacional de Portugal assinou um contrato com a Embraer (NYSE: ERJ/B3: EMBR3) para aquisição de 12 aeronaves A-29N Super Tucano que equiparão a Força Aérea Portuguesa, tornando Portugal o cliente de lançamento da nova variante desta aeronave de treinamento avançado e ataque leve. Esta aquisição reflete o compromisso de Portugal em modernizar sua Força Aérea com uma aeronave versátil e comprovada, idealmente adequada para missões de Treinamento Avançado de Pilotos, Ataque Leve, Apoio Aéreo Tático (CAS) e Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR).

A variante A-29N Super Tucano incorpora aviônicos avançados, sistemas de comunicações específicos da OTAN e capacidades adicionais, adaptadas para atender aos requisitos operacionais de Portugal. Com esta compra, Portugal se torna a primeira nação a operar o A-29N, tomando a dianteira na adoção de uma plataforma extremamente capaz, projetada para apoiar uma ampla gama de modernas missões de defesa.

“Gostaríamos de agradecer ao Ministério da Defesa Nacional e à Força Aérea de Portugal pela confiança que depositam nas soluções da Embraer. Esse contrato nos dá a oportunidade de contribuir para a modernização da Força Aérea Portuguesa e de aprofundar ainda mais nossa forte parceria, abrindo caminho para uma cooperação industrial mais ampla com a indústria de defesa local”, disse Bosco da Costa Junior, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

O A-29 Super Tucano é o líder global em sua categoria, com mais de 260 aeronaves encomendadas, com mais de 570.000 horas de voo acumuladas, sendo 60.000 delas em combate. O número de forças aéreas operando o A-29 Super Tucano continua a se expandir devido à sua combinação incomparável de capacidades, tornando-o a opção mais eficiente do mercado.

Para forças aéreas que buscam uma solução comprovada, abrangente, eficiente, confiável e econômica em uma única plataforma, juntamente com grande flexibilidade operacional, o A-29 Super Tucano oferece uma ampla gama de missões, como Treinamento Avançado de Pilotos, CAS, Patrulha Aérea, Interdição Aérea, Treinamento JTAC, ISR Armado, Vigilância de Fronteiras, Reconhecimento e Escolta Aérea.

O A-29 Super Tucano é a aeronave multimissão mais eficaz em sua categoria, equipada com tecnologia de ponta para identificação precisa de alvos, sistemas de armas e um conjunto abrangente de comunicações. Sua capacidade é aprimorada por sistemas aviônicos HMI avançados integrados a uma estrutura robusta, capaz de operar em pistas não pavimentadas, em ambientes austeros e com pouca infraestrutura. Além disso, a aeronave tem requisitos de manutenção reduzidos, oferece altos níveis de confiabilidade, disponibilidade e integridade estrutural, com baixos custos operacionais.

O paradoxo do juro: resposta do BC à piora fiscal deve custar mais de R$ 150 bi ao governo

Efeito da alta da Selic pode ser maior do que a economia prometida pelo pacote fiscal, de R$ 70 bi em dois anos

Fonte: Banco Central


Por Lucinda Pinto - O pacote fiscal do governo nem foi aprovado e parece que já foi pelo ralo. Somente com o aumento dos juros feito pelo Banco Central na última quarta-feira (11), de 1 ponto percentual, o custo da dívida subiu cerca de R$ 50 bilhões ao ano, numa tacada só. E, se realmente houver mais duas doses desse tamanho, como o BC já indicou no comunicado da decisão, a conta chega a R$ 150 bilhões. A economia que o governo pretende ter com as medidas de corte de gastos soma R$ 70 bilhões em dois anos.

Esse cálculo foi feito pelo próprio Banco Central, e consta de um documento publicado no dia 29 de novembro sobre estatísticas fiscais. Segundo esse estudo, a cada um ponto percentual de aumento da taxa Selic, a Dívida Bruta do Governo Geral – que engloba o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais – cresce R$ 50 bilhões.

Segundo o economista-chefe da ARX, Gabriel Barros, o impacto pode ser ainda mais alto. O Banco Central já disse, no comunicado da última decisão, que pode manter o ritmo de alta de juros por mais duas reuniões. Ou seja, ele praticamente “contratou” uma Selic de 14,25%. Só que, segundo o economista, a expectativa do mercado é de que o juro suba um pouco mais, para 15%. Se essa previsão se confirmar, o custo para a dívida pode chegar a R$ 190 bilhões ao ano.

Se a gente olhar apenas o estoque de dívida mobiliária, que é a dívida financiada por meio da emissão de títulos públicos do Tesouro Nacional, o impacto é de R$ 32,7 bilhões a cada ponto percentual de aumento da Selic. Aqui, a conta é fácil: essa dívida hoje soma R$ 6,748 trilhões. E, desse total, 48% (ou R$ 3,238 trilhões) são pós-fixados, ou seja, variam junto com a Selic. Então, usando a mesma lógica, só a política monetária mais apertada vai gerar um custo fiscal de mais de R$ 95 bilhões ao ano.


Por que o juro sobe?

Mas é bom lembrar que o Banco Central sobe os juros porque seu trabalho é controlar a inflação. E foi por causa da alta da inflação corrente e das expectativas de inflação que ele optou por acelerar o ritmo de aumento da Selic.

O que está preocupando é que, segundo as projeções dos especialistas, a dívida pública caminha para atingir um volume equivalente a 90% do PIB até o fim de 2026. É muita coisa. E por isso investidores estão buscando ativos mais seguros, como o dólar – o que explica a cotação estar acima de R$ 6,00. O câmbio desvalorizado faz a inflação subir. E, sem uma resposta rápida do governo sobre as contas públicas, as projeções de inflação e juros vêm em franca deterioração.

Esse aumento de juros parece mais um paliativo, porque não resolve o problema central da economia neste momento, que é o fiscal. Mas, para o economista-chefe do Citi, Leonardo Porto, essa é a melhor estratégia que o BC pode tomar neste momento, sob o risco de perder o controle da inflação – foi o que aconteceu no Brasil no período pré-plano Real.

“O Banco Central tem que fazer o trabalho dele mesmo que o problema, na verdade, não seja dele, sob o risco dos problemas se multiplicarem”, afirma.