2 de dez. de 2024

Citroën C3 Aircross brasileiro tira nota zero em teste do Latin NCAP

SUV produzido em Porto Real (RJ) decepciona em teste de segurança, com notas ruins especialmente na proteção para crianças

Crash test do Citroën C3 Aircross — Foto: Latin NCAP

Por Leonardo Felix - O Citroën C3 Aircross produzido no Brasil, na fábrica de Porto Real (RJ), tirou nota zero em teste de segurança do Programa de Avaliação de Carros Novos para América Latina e o Caribe (Latin NCAP) divulgado nesta quarta-feira (20). O SUV, vendido em configurações de cinco e sete lugares como um modelo de proposta familiar, atingiu apenas um terço dos parâmetros de segurança na proteção para adultos e pouco mais de 10% na segurança para crianças.

Segundo o Latin NCAP, o Citroën C3 Aircross foi submetido aos testes de impacto frontal a 64 km/h, impacto lateral, chicotada cervical (whiplash), proteção para pedestres e controle eletrônico de estabilidade (ESC). O programa não realizou a prova de impacto lateral contra um poste, “devido à falta de proteção lateral para a cabeça nas filas dianteira e traseira, que nem sequer é oferecida como opcional”. Assista:

Ainda de acordo com o órgão, as unidades testadas possuíam dois airbags frontais e controle de estabilidade, conforme determina a legislação brasileira. Ainda assim, no impacto frontal, o SUV demonstrou uma proteção “fraca” para o peito do passageiro e “razoável” para o do motorista.

Citroën C3 Aircross no teste de colisão frontal do Latin NCAP — Foto: Divulgação/Latin NCAP

No teste lateral, o colapso da estrutura do modelo apresentou “intrusão relevante no habitáculo, aumentando os riscos de lesões aos ocupantes”. Na prova de chicotada, o órgão detectou “proteção deficiente para o pescoço dos adultos”. Por fim, a “proteção dinâmica para crianças não obteve pontos porque a sinalização das ancoragens [de cadeirinhas infantis] Isofix não cumpre com os requisitos do Latin NCAP”.

Ainda segundo os resultados do programa, a Stellantis, fabricante do Citroën C3 Aircross, não teria informado se tem “planos para atualizar” essa sinalização deficiente. “A maioria dos Sistemas de Retenção Infantil (SRI) testados na instalação falhou e não é possível desativar o airbag do banco do passageiro dianteiro ao colocar um SRI voltado para trás nessa posição”, alerta o órgão.

Citroën C3 Aircross no teste de colisão lateral do Latin NCAP — Foto: Divulgação/Latin NCAP

Por fim, a proteção para pedestres em caso de atropelamentos foi considerada “marginal”. E embora o C3 Aircross tenha um controle de estabilidade que cumpre os requisitos da entidade, o alerta de cinto de segurança não está de acordo com os parâmetros do Latin NCAP e não há nenhum outro alerta ou assistente ativo de segurança.

Com isso, o Citroën C3 Aircross finalizou o teste cumprindo apenas 33% de segurança para adultos, 11,4% de segurança infantil, 49,6% para pedestres e 35% nos sistemas de assistência à condução. Por fim, o Latin NCAP afirmou que, mesmo que o SUV possuísse airbags laterais, a classificação final "seria a mesma”, pois o aumento de nota não seria suficiente para tirá-lo do “nível de zero estrela”. “A classificação do ocupante infantil também teria permanecido no mesmo nível atual”, completa.

Procurada, a Stellantis encaminhou o seguinte posicionamento a respeito da nota zero estrela do Citroën C3 Aircross no Latin NCAP:

“A Stellantis reforça seu compromisso com a Segurança Veicular e que seus modelos comercializados atendem todas as regulamentações vigentes. A segurança de um carro é um conjunto pensado desde o início do desenvolvimento, e vai muito além da oferta individual de itens de segurança ativa e passiva. A variante da plataforma CMP permite ao Aircross ter uma carroceria robusta com ampla proteção ao habitáculo.”

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