2 de dez. de 2024

Debandada de pilotos de combate expõe crise na FAB


Por Claudio Dantas - Pelo menos sete pilotos de caças F-5 dos esquadrões das bases aéreas de Canoas e do Rio de Janeiro deixaram a Aeronáutica. Os capitães aviadores são a elite da FAB e chamados de pilotos operacionais, ou seja; são os pilotos responsáveis por executar as tarefas de defesa aérea e combate. Sua formação durou dez anos e custou mais de 100 milhões de reais aos cofres públicos.

Os aviadores deixaram a carreira militar para entrar na LATAM. Segundo uma fonte da FAB, a baixa dos militares está relacionada com a “falta de perspectiva na carreira”. “Não temos mais aviões para voar. Os Gripen não chegaram e os F-5 possuem mais de 50 anos. Nossa situação é caótica. Além de não conseguirmos cumprir nossas missões por falta de aviões, agora estamos perdendo nossos pilotos para a aviação civil.”

Um coronel da Aeronáutica disse que os pilotos de combate perderam a importância. “Hoje para se ascender na carreira é necessário servir no GTE, que é nosso esquadrão de transporte especial, que faz voos executivos, responsável por atender os políticos. Esse virou um critério não oficial para ser escolhido ao Alto Comando da Aeronáutica e isso tem gerado desconforto nos pilotos mais jovens.”


FONTE: claudiodantas.com.br

Citroën C3 Aircross brasileiro tira nota zero em teste do Latin NCAP

SUV produzido em Porto Real (RJ) decepciona em teste de segurança, com notas ruins especialmente na proteção para crianças

Crash test do Citroën C3 Aircross — Foto: Latin NCAP

Por Leonardo Felix - O Citroën C3 Aircross produzido no Brasil, na fábrica de Porto Real (RJ), tirou nota zero em teste de segurança do Programa de Avaliação de Carros Novos para América Latina e o Caribe (Latin NCAP) divulgado nesta quarta-feira (20). O SUV, vendido em configurações de cinco e sete lugares como um modelo de proposta familiar, atingiu apenas um terço dos parâmetros de segurança na proteção para adultos e pouco mais de 10% na segurança para crianças.

Segundo o Latin NCAP, o Citroën C3 Aircross foi submetido aos testes de impacto frontal a 64 km/h, impacto lateral, chicotada cervical (whiplash), proteção para pedestres e controle eletrônico de estabilidade (ESC). O programa não realizou a prova de impacto lateral contra um poste, “devido à falta de proteção lateral para a cabeça nas filas dianteira e traseira, que nem sequer é oferecida como opcional”. Assista:

Ainda de acordo com o órgão, as unidades testadas possuíam dois airbags frontais e controle de estabilidade, conforme determina a legislação brasileira. Ainda assim, no impacto frontal, o SUV demonstrou uma proteção “fraca” para o peito do passageiro e “razoável” para o do motorista.

Citroën C3 Aircross no teste de colisão frontal do Latin NCAP — Foto: Divulgação/Latin NCAP

No teste lateral, o colapso da estrutura do modelo apresentou “intrusão relevante no habitáculo, aumentando os riscos de lesões aos ocupantes”. Na prova de chicotada, o órgão detectou “proteção deficiente para o pescoço dos adultos”. Por fim, a “proteção dinâmica para crianças não obteve pontos porque a sinalização das ancoragens [de cadeirinhas infantis] Isofix não cumpre com os requisitos do Latin NCAP”.

Ainda segundo os resultados do programa, a Stellantis, fabricante do Citroën C3 Aircross, não teria informado se tem “planos para atualizar” essa sinalização deficiente. “A maioria dos Sistemas de Retenção Infantil (SRI) testados na instalação falhou e não é possível desativar o airbag do banco do passageiro dianteiro ao colocar um SRI voltado para trás nessa posição”, alerta o órgão.

Citroën C3 Aircross no teste de colisão lateral do Latin NCAP — Foto: Divulgação/Latin NCAP

Por fim, a proteção para pedestres em caso de atropelamentos foi considerada “marginal”. E embora o C3 Aircross tenha um controle de estabilidade que cumpre os requisitos da entidade, o alerta de cinto de segurança não está de acordo com os parâmetros do Latin NCAP e não há nenhum outro alerta ou assistente ativo de segurança.

Com isso, o Citroën C3 Aircross finalizou o teste cumprindo apenas 33% de segurança para adultos, 11,4% de segurança infantil, 49,6% para pedestres e 35% nos sistemas de assistência à condução. Por fim, o Latin NCAP afirmou que, mesmo que o SUV possuísse airbags laterais, a classificação final "seria a mesma”, pois o aumento de nota não seria suficiente para tirá-lo do “nível de zero estrela”. “A classificação do ocupante infantil também teria permanecido no mesmo nível atual”, completa.

Procurada, a Stellantis encaminhou o seguinte posicionamento a respeito da nota zero estrela do Citroën C3 Aircross no Latin NCAP:

“A Stellantis reforça seu compromisso com a Segurança Veicular e que seus modelos comercializados atendem todas as regulamentações vigentes. A segurança de um carro é um conjunto pensado desde o início do desenvolvimento, e vai muito além da oferta individual de itens de segurança ativa e passiva. A variante da plataforma CMP permite ao Aircross ter uma carroceria robusta com ampla proteção ao habitáculo.”

Eve recebe financiamento adicional de R$ 200 mi do BNDES para apoiar o desenvolvimento do eVTOL em 2025


A Eve Air Mobility (Eve) (NYSE: EVEX; EVEXW) anunciou hoje uma linha de crédito de R$ 200 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), fortalecendo ainda mais sua posição financeira para o contínuo desenvolvimento do eVTOL. Esta segunda fase do financiamento segue a linha de R$ 490 milhões garantida em 2022 para P&D e um recente investimento de US$50 milhões do Citibank, ambos dedicados a apoiar o programa de desenvolvimento do eVTOL da Eve.

Este segundo financiamento do BNDES, com recursos do Fundo Clima, será destinado à fabricação dos próximos protótipos da Eve e, em seguida, fabricar o veículo comercial. O fundo também será usado para a campanha de testes da aeronave. O BNDES tem sido um parceiro-chave na visão da empresa para a Mobilidade Aérea Avançada (AAM).

“O apoio contínuo do BNDES é fundamental para o avanço do nosso programa de eVTOL e a transição do desenvolvimento do protótipo para a certificação e a produção. Este financiamento fortalece ainda mais nossa posição financeira e fornece os recursos necessários para atingir nossos principais marcos, incluindo a certificação e a comercialização do nosso eVTOL”, disse Johann Bordais, CEO da Eve.

“Este investimento é um voto de confiança na visão da Eve e fortalece a nossa posição de liderança no mercado de mobilidade aérea urbana. Nossa gestão de capital disciplinada e base financeira aprimorada fornecem a estabilidade e os recursos necessários para executar nosso plano estratégico de longo prazo. Neste sentido, buscamos entregar um valor sustentável aos nossos acionistas, à medida que levamos nosso eVTOL ao mercado e capitalizamos as oportunidades crescentes nesta indústria empolgante”, acrescentou Eduardo Couto, CFO da Eve.

A Agência Nacional de Aviação Civil do Brasil (ANAC) publicou recentemente os critérios finais de aeronavegabilidade para o eVTOL da Eve, um passo crucial para a certificação. Isto se segue a um período de consulta pública e permite que a Eve prossiga com a definição dos meios de conformidade para seu eVTOL com a ANAC.

“O BNDES foi fundamental para instalação da fábrica do eVTOL em Taubaté, garantindo empregos de qualidade na região do Vale do Paraíba. Agora, depois de financiar a primeira fase do desenvolvimento do próprio veículo, financiaremos a segunda fase que culminará com a versão final a ser comercializada. Além de apoiar um projeto inovador, estamos investindo em uma indústria de tecnologia disruptiva, que também é verde, contribuindo para a o fortalecimento da indústria nacional no mercado mundial e para a transição energética. Ao todo, o Banco já aprovou, neste ano, R$ 700 milhões para a produção da aeronave”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

A Eve se beneficia dos 55 anos de experiência da Embraer em projetar, certificar e fabricar aeronaves de última geração. Seus clientes também terão acesso a uma rede global de serviços e apoio já existente, o que é essencial para garantir operações de mobilidade aérea urbana confiáveis, seguras e eficientes.

Você sabe mesmo o que diz a carta de esclarecimento do carrefour?

 

Saída prematura de CEO aprofunda crise na Stellantis, dona da Fiat e Jeep

Nesta segunda-feira (2), as ações chegaram a cair 8,9% em Milão, e acumulam queda de 46% este ano

Carlos Tavares. Foto: Nathan Laine/Bloomberg

          Por Bloomberg


A saída repentina do CEO da Stellantis, Carlos Tavares, deixa a fabricante dos utilitários esportivos Jeep e dos carros Peugeot sem uma liderança clara em um momento de grande agitação no setor.

Nesta segunda-feira (2), as ações chegaram a cair 8,9% em Milão, e acumulam queda de 46% este ano, depois que a empresa disse na tarde de domingo que o presidente do Conselho, John Elkann, chefiará um comitê interino que substituirá Tavares até que um novo CEO seja encontrado.

A Stellantis está sob pressão para interromper uma queda nas vendas nos EUA e lidar com o excesso de capacidade na Europa, onde a demanda por carros elétricos está diminuindo, enquanto os fabricantes chineses se expandem na região.

A saída de Tavares, relatada anteriormente pela Bloomberg News, significa que o grupo está sem liderança quando “decisões críticas” precisam ser tomadas, disseram os analistas da Jefferies, liderados por Philippe Houchois.

O CEO está saindo mais cedo do que o esperado, pois suas opiniões sobre o futuro da montadora diferem das do conselho e de alguns acionistas, disse a empresa. Embora Tavares tenha dirigido a Stellantis desde que ela foi formada em 2021 por meio de uma fusão do Grupo PSA, controlador da Peugeot e da Citroën, e da Fiat Chrysler, seu drástico esforço de corte de custos nos últimos meses provocou a resistência de sindicalistas, concessionárias e gerentes dentro da empresa.

Tavares é um dos vários executivos do setor que estão sob pressão à medida que as montadoras enfrentam um mercado em queda, que está lutando contra a desaceleração econômica na China, a queda na demanda por veículos elétricos na Europa e a ameaça de tarifas, já que Donald Trump se prepara para voltar à Casa Branca. O diretor financeiro da Nissan, Stephen Ma, é outro executivo do setor que também deve deixar o cargo, disseram pessoas com conhecimento do assunto.


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Nas últimas semanas, Tavares estava tentando recuperar o controle após os contratempos que levaram a montadora a reduzir as expectativas de lucro e fluxo de caixa para o ano inteiro no final de setembro. Embora rivais europeus, como a Volkswagen, também estejam enfrentando dificuldades com a fraca demanda, a magnitude da advertência da Stellantis – causada pela queda nas vendas, por uma linha de veículos ultrapassada nos EUA e por estoques inchados – alarmou os investidores.

Tavares prometeu correções e substituiu seu chefe de finanças e outros executivos, mas a participação no mercado continuou a cair nos principais mercados, incluindo a França, alimentando preocupações sobre as perspectivas de longo prazo da montadora. No domingo, a empresa confirmou sua orientação e disse que planeja nomear um novo CEO no primeiro semestre do próximo ano.

A troca do CEO e do CFO em um período tão curto cria um “desafio” para os investidores, disse o analista do JPMorgan, Jose Asumendi, acrescentando que é improvável que os investidores precifiquem uma melhoria significativa nos lucros para o próximo ano até que a equipe de gestão seja redefinida.

Depois de subir na hierarquia da Renault sob o comando do campeão de cortes de custos Carlos Ghosn, Tavares, de 66 anos, impressionou os investidores por sua capacidade de transformar montadoras em dificuldades onde outros falharam.


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Ele estava no caminho certo para repetir esse sucesso logo no início como CEO da Stellantis, reduzindo o número de plataformas de veículos e eliminando empregos. As tensões aumentaram nos últimos meses, com os sindicatos alertando que o curso de corte de custos da empresa estava levando a problemas de qualidade e atrasos no lançamento de novos modelos importantes. Nos EUA, os revendedores acusaram a Tavares de prejudicar marcas como Jeep, Dodge, Ram e Chrysler.

“Ele não fará falta na América do Norte”, disse Erik Gordon, professor da Ross School of Business da Universidade de Michigan. “Não pelos fornecedores com os quais ele lutou. Não pelos revendedores com os quais ele lutou. E não pelos compradores de carros que ignoraram seus veículos.”

O diretor financeiro Doug Ostermann, que foi nomeado após o aviso de lucros de setembro, citou em 31 de outubro um “bom progresso” na redução de estoques e na melhoria das tendências de participação de mercado nos EUA, o maior grupo de lucro individual da empresa. Ostermann está programado para falar em um bate-papo em uma conferência de automóveis da Goldman Sachs no final desta semana.

A Stellantis também entrou em conflito com o governo da Itália sobre seus níveis de produção no país. A Elkann alertou a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni antes da renúncia de Tavares, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.