A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, emitiu uma declaração de apoio explícito à decisão do presidente Donald Trump de enviar a Marinha dos Estados Unidos ao Caribe para combater o narcotráfico.
Ainda mais importante, Kamla afirmou que, caso o ditador venezuelano Nicolás Maduro ataque ou invada a Guiana, seu governo autoriza forças americanas a operar a partir de seu território, que fica a apenas 19 km da costa da Venezuela, para eliminar o ditador.
“Se o regime de Maduro lançar qualquer ataque contra o povo guianense e os EUA solicitarem acesso ao território de Trinidad e Tobago para defender a Guiana, meu governo o concederá sem reservas”, disse Persad-Bissessar.
O anúncio marca uma virada na resposta regional à escalada militar. Até agora, a movimentação dos EUA havia sido recebida com silêncio pela maioria dos governos caribenhos.
A Guiana, que é alvo do ditador, foi a primeira a apoiar abertamente a missão americana, destacando a necessidade de proteger sua soberania diante das ameaças venezuelanas. O Suriname, Barbados e as Ilhas Turks e Caicos também sinalizaram preocupação com a crescente violência ligada ao crime organizado.
A crise ocorre em meio a um cenário de violência recorde no Caribe. Só em 2024, Trinidad e Tobago registrou 625 assassinatos, taxa de 45,7 por 100 mil habitantes, dos quais 43,6% ligados a gangues. Suriname, Barbados e Turks e Caicos também viram suas taxas de homicídio dobrarem. Persad-Bissessar culpou o tráfico de drogas, armas e pessoas, afirmando que cartéis já infiltraram setores das elites políticas e econômicas regionais.
Nos EUA, a decisão de Trinidad e Tobago foi elogiada por parlamentares. O congressista Carlos Giménez, membro do Comitê de Serviços Armados da Câmara, agradeceu publicamente pelo apoio. Na Jamaica, o primeiro-ministro Andrew Holness defendeu classificar as gangues como organizações terroristas, diante do impacto devastador sobre os pequenos Estados insulares.


Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atenção:
Comentários ofensivos a mim ou qualquer outra pessoa não serão aceitos.