Supremo divulga nota defendendo que ministro tem liberdade de se expressar em sala de aula
Barbosa comentou sobre partidos do País durante aula em faculdade |
O STF (Supremo Tribunal Federal) divulgou nota, nesta segunda-feira (20), defendendo que as declarações do ministro Joaquim Barbosa criticando o Congresso Nacional, foram feitas com ele no papel de professor acadêmico e devem ser entendidas como um “exercício intelectual”.
Na manhã desta segunda-feira, o presidente do Supremo deu uma aula especial, de Direito Constitucional, no Iesb (Instituto de Educação Superior de Brasília). Durante a palestra ele teria dito, segundo o jornal Folha de S. Paulo, que os partidos políticos são de "mentirinha" e que o Congresso Nacional é "ineficiente" e "inteiramente dominado pelo Poder Executivo".
Ainda segundo reportagem do jornal, Joaquim Barbosa, disse que os líderes partidários não têm interesse em ter consistência programática ou ideológica e que “querem o poder pelo poder”.
Em nota, o STF lembrou que Barbosa “valeu-se da Liberdade de Ensinar para expor sua visão acadêmica sobre o sistema político brasileiro”. Segundo o Supremo, “não houve a intenção de criticar ou emitir juízo de valor a respeito da atuação do Legislativo e de seus atuais integrantes”.
Judiciário x Legislativo
As declarações de Barbosa geraram polêmica porque foram dadas justamente em um momento de embate entre os poderes Judiciário e Legislativo.
Os desentendimentos começaram depois que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados aprovou proposta que prevê que decisões do Supremo sejam submetidas ao Congresso.
O ministro Gilmar Mendes chegou dizer que era “melhor fechar o STF”, caso a PEC (Proposta de Emenda a Constituição) fosse aprovada pelo plenário no Congresso. Depois da declaração, os presidentes da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiram encontrá-lo para tentar “aparar as arestas”.
Nos últimos anos, estão se tornando comuns as brigas entre Judiciário e Legislativo, muitas vezes por omissão dos deputados e senadores, que demoram a criar leis de temas que já estão sendo discutidos pela sociedade.
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