Condutores correm para abastecer, mas encontram bombas sem funcionar
A possibilidade de os postos de combustíveis de Belém sofrerem reflexo do protesto nacional de caminhoneiros, que ocorre em vários locais do Brasil, e ficarem desabastecidos fez com que muitos condutores de veículos enchessem o tanque ontem à tarde. No início da noite já havia corre-corre e aflição para abastecer o carro e a moto. Muitos postos de venda não tinham mais gasolina, porque muita gente deixou o local de trabalho e se dirigiu direto ao posto mais próximo para garantir logo a reposição de gasolina no tanque.
A informação de que não havia mais gasolina nos postos do centro de Belém começou a circular entre os frentistas e motoristas nos corredores de tráfego, na rodovia Transmangueirão, na avenida Centenário e em outros locais e também pelas redes sociais. À tarde, um posto acusava redução considerável na entrega do produto e outros dois atraso, apesar de algum estoque. Já à noite, dois postos da rede Iccar, na esquina da avenida Centenário com a rodovia Augusto Montenegro, informaram que a falta de gasolina começou na terça-feira.
Nestes postos, havia somente diesel e os funcionários tiraram plantão perto das bombas apenas para comunicar aos condutores que não havia gasolina para comercialização. Nos dois postos a gasolina era vendida a R$ 3,66. Em outros postos da rede, como no Conjunto Cidade Nova, em Ananindeua, também já era sentida a falta de combustível.
“Já ocorre o desabastecimento, está faltando combustível. Desde segunda-feira, a Petrobrás não está atendendo nossos pedidos, que é entregar entre 25 e 30 mil litros por dia. Na quarta, não recebemos nada e hoje chegaram somente cinco mil litros. Temos que fechar o posto e esperar o dia seguinte. Segundo um assessor da Petrobrás, o navio que distribui para o Pará chegou em Icoaraci, mas por causa da greve dos petroleiros não tinha ninguém para descarregar, mas já começava a descarregar nesta tarde. Nossa expectativa é que esteja tudo bem até amanhã”, disse Mário Chermont, proprietário do posto BR, que fica na avenida Doutor Freitas, no Marco.
A personal trainer Paloma Aguiar sentiu o drama. “Este aqui é o quinto posto de combustível que eu vou para abastecer. Eu passei, por exemplo, em dois postos na avenida Senador Lemos, e não havia combustível”, afirmou. A professora Tatiane Charone conseguiu encher o tanque por volta das 19 horas, após várias tentativas. “Eu fui em três postos antes, dos na Augusto Montenegro e um na Mauriti, e em nenhum deles deu para abastecer”, declarou.
O funcionário público Mário Cardoso também estava preocupado. “Ouvi o comentário que poderia faltar combustível e soube que há postos que estão cobrando acima da tabela e alguns não estão aceitando cartão de crédito, só em dinheiro”, disse Cardoso.
Em um posto de bandeira Shell, localizado na travessa Domingos Marreiros, no bairro de Fátima, a gerência assegurou que não haverá falta de combustível até segunda que vem. “Alguns clientes nos perguntam, existem rumores que sobre a falta de combustível, de que o navio estaria atrasado e só entregaria combustível sábado. Mas acabamos de ser abastecidos e no nosso posto não faltará até início da próxima semana. Houve pequeno atraso na entrega, mas acho que não foi por conta da greve, porque o combustível vem de navio do Rio de Janeiro e é descarregado na rodovia Arthr Bernardes, de onde é distribuído para todas as bases no Pará”, afirma Alexandre Matos, gerente do posto.
Ainda ontem à tarde, à espera de abastecimento estava a administração de um posto de bandeira Ipiranga, no Marco. “Estamos ainda com três mil litros, a entrega está atrasada em um dia e aguardamos para hoje, às 21h. Recebemos todos os dias entre 20 a 30 mil litros. Teve atraso na chegada do navio, mas é comum ocorrer”, explicou o gerente Dionísio Lopes.
O Sindicato dos Revendedores de Combustíveis no Pará informou que os empresários aguardam a chegada do produto vindo em um navio que deve abastecer os postos do Pará. A Transpetro, que é distribuidora de combustível no Estado, repassou o caso para a Petrobras. Esta não se manifestou se há risco de desabastecimento no Pará. O Sindicato dos Petroleiros confirmou que o navio chegou ontem à noite, mas devido à greve o descarregamento leva entre 15 a 20 horas. A previsão é que em dois dias o combustível do navio esteja nos postos do Pará.
“A gente fica preocupado com essa situação, porque o combustível é fundamental para se locomover, trabalhar”, afirmou Andrey Leal, trabalhador autônomo, no meio de uma fila de veículos para abastecimento em um posto de combustível. O eletricista Edion Ferreira foi outro condutor de veículo que correu para um posto com a intenção de se antecipar ao problema.
No Posto Chermont, na avenida Duque de Caxias com avenida Dr. Freitas. No bairro do Marco, a gasolina foi comercializada a R$ 4,09; o diesel, a R4$ 3,49; o etanol, a R$ 3,19 e a gasolina podium, a R$ 4,99. Os preços variam entre os postos, mas a preocupação maior dos consumidores era com a normalização do fornecimento.
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