Alexandre Caverni - Aumentou para 68 por cento a parcela da população favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, 8 pontos percentuais a mais do que em fevereiro, mostrou no sábado pesquisa do Datafolha no site do jornal Folha de S.Paulo.
Também cresceu o número dos que acham que Dilma deveria renunciar, para 65 por cento, ante 58 por cento em fevereiro.
Os que são contrários ao impeachment somam agora 27 por cento, 6 pontos a menos do que no mês passado.
O aumento do apoio pelo impeachment e renúncia de Dilma acontece na sequência das grandes manifestações populares contra o governo, novas denúncias da delação premiada do senador Delcídio do Amaral e a divulgação de áudios do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo um com a própria presidente.
Segundo o Datafolha, o apoio pelo afastamento da presidente aumentou em todos os segmentos pesquisados.
Em setembro de 1992, pouco antes do impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, 75 por cento eram favoráveis ao impedimento do presidente, enquanto 18 por cento eram contrários.
Mas apesar do grande apoio pela saída de Dilma, apenas 16 por cento acreditam que um eventual governo do vice-presidente Michel Temer seria ótimo ou bom, enquanto 35 por cento veem esse possível governo como ruim ou péssimo.
A rejeição a Lula atingiu o recorde de 57 por cento, numa semana em que foram divulgados telefonemas gravados com autorização da Justiça nos quais o ex-presidente critica políticos e instituições.
Segundo o Datafolha, mesmo entre os mais pobres a rejeição já atingiu 49 por cento, chegando a 74 por cento entre os que ganham dez ou mais salários mínimos.
O levantamento mostrou também que para 68 por cento, Lula só aceitou o cargo de chefe da Casa Civil para ter foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal e escapar das ações do juiz Sergio Moro na Lava Jato. A posse de Lula no cargo foi suspensa por liminar do ministro do STF Gilmar Mendes.
Apesar disso, em pergunta com resposta espontânea sobre quem foi o melhor presidente do país, Lula ainda lidera, com 35 por cento, seguido por Fernando Henrique Cardoso, com 16 por cento.
O Datafolha ouviu 2.794 eleitores nos dias 17 e 18, em 171 municípios de todo o país.
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