Zequinha Pinheiro com Garibaldi Brasil. Homem culto, falava seis idiomas. Como fato curioso, podemos citar que foi ele quem sugeriu o nome de Afrodite para a filha do Zequinha Pinheiro.
Esse singular personagem chamado Garibaldi Carneiro Brasil, nascido em 27 de setembro de 1908, era, segundo Zé Leite, o mais acreano dos paraenses. Afinal de contas, apesar de nascido no Pará, aos seis meses veio para Sena Madureira onde seu pai era seringalista. Mas foi enviado de volta ao Pará, aos 17 anos, para estudar na Faculdade de Direito, como era comum naquele tempo. E assim passou boa parte de sua vida, hora no Pará, hora no Acre. Mas, tanto lá como cá, não conseguia se furtar de dedicar boa parte de seu tempo às artes. A poesia, a pintura, as letras corriam em suas veias tal como o gosto pela política e o exercício do direito.
E nestes múltiplos ofícios se desenrolaram as tramas da vida de Garibaldi. Aqui no Acre, ainda em 1929, realizou sua primeira exposição de caricaturas, charges e pinturas no hall do Cine-Teatro Recreio. No Pará, em 1936, fundou o Salão Paraense de Pinturas e organizou duas pinacotecas, uma para a Prefeitura de Belém e outra para o Governo do Estado.
Por outro lado, no Acre, especialmente, teve uma importante atuação política. Foi Promotor Público, Diretor da Rádio Difusora Acreana e Chefe de Gabinete de nada menos que onze governadores. A esse respeito Garibaldi dizia “Me vacinei contra os políticos, não contra a política. E me vacinei, sobretudo, contra as políticas do Acre”. E foi assim que outro ofício ainda surgiu na vida dele: “Por força de trabalhar, com tantos governadores, posso dizer que acabei por influir na compra de maquinas para fazer e imprimir jornais no então Território”.
Nasceriam assim o “Jornal do Povo” e o “Correio do Oeste”, que tornariam Garibaldi Brasil professor de boa parte dos melhores jornalistas que o Acre já teve como Aluízio Maia, Zé Leite e muitos outros.
Mas como o ofício de incorrigível boêmio tampouco o abandonava, abriu a primeira boate acreana chamada “Tapíri”, onde se apresentaram artistas do porte de Dircinha Batista, Nelson Gonçalves e Luiz Gonzaga. Definitivamente Garibaldi foi um homem de muitas e distintas facetas/talentos, tendo nos deixado em 13 de dezembro de 1986. A Fundação de Cultura do Município de Rio Branco leva seu nome desde 1992, numa justa homenagem feita durante a gestão de Jorge Viana na Prefeitura de Rio Branco.
Fonte: Site de Jorge Viana
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