4 de abr. de 2018

Manifestações por prisão de Lula ganham as ruas do País


Atos mais numerosos foram realizados em São Paulo, no Rio e em Curitiba

Em São Paulo, protesto contra HC para Lula se concentrou na Avenida Paulista e durou cerca de duas horas Foto: Nilton Fukuda/Estadão


Milhares de pessoas foram às ruas das principais cidades brasileiras para protestar contra a eventual a concessão do habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira, véspera do julgamento do recurso no Supremo Tribunal Federal. Em menor número, militantes também realizaram atos em defesa da liberdade do ex-presidente. 

As manifestações mais numerosas foram realizadas em São Paulo, no Rio e em Curitiba, sede da 13.ª Vara Federal, que condenou o petista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do apartamento triplex no Guarujá (SP). 

Em São Paulo, o protesto, convocado por grupos que lideraram os atos de rua pelo impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, se concentrou na Avenida Paulista e durou cerca de duas horas. De verde e amarelo, enrolados na bandeira do Brasil e com “pixulecos” – bonecos infláveis que retratam Lula com roupa de presidiário – nas mãos, os manifestantes entoavam gritos de “Lula na cadeia” e “Moro, Moro”, em referência ao juiz Sérgio Moro. O ato obrigou a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) a fechar o tráfego nos dois sentidos em toda a extensão da avenida.

Integrantes do Movimento Brasil Livre disseram que irão pedir impeachment de ministros do STF se a Corte conceder habeas corpus ao ex-presidente. Em discurso no carro de som, a líder do Vem Pra Rua, Adelaide Oliveira, questionou: “Dona Rosa weber julgou 57 hcs e ela recusou todos. Será que ela vai ter a cara de pau de aceitar o do Lula?”. O ministro Gilmar Mendes foi alvo de ataques, “ele já conhecemos”, disse Adelaide, “muda conforme o réu”. 


Manifestantes se reúnem na zona sul do Rio Foto: Marcos Arcoverde/Estadão

No Rio, a chuva não impediu que centenas de pessoas se reunissem na Avenida Atlântica. Vestidos de verde e amarelo, os manifestantes entoaram músicas e gritos pedindo a prisão do petista, como “Lula na Papuda. O Brasil não é igual a Cuba” e “A nossa bandeira jamais será vermelha”. Uma bandeira verde-amarela gigante onde estava escrito “Lava Jato” foi estendida.

A manifestação foi convocada pelo movimento Vem Pra Rua e chegou a ocupar as duas pistas da orla entre as ruas Xavier da Silveira e Miguel Lemos. O trânsito foi interrompido até as 21h.  A manifestação de Copacabana não foi a única do Rio. Um outro ato reuniu cerca de mil pessoas, segundo a PM, em Icaraí, em Niteroi.

Em Curitiba, o grupo de manifestantes se reuniu em frente ao prédio da Justiça Federal. A manifestação também foi marcada por repetidas execuções do Hino Nacional, palmas para o juiz Sérgio Moro, pausas para orações e discursos nacionalistas.

Em Belo Horizonte, manifestantes a favor e contra a prisão de Lula realizaram protestos em duas praças distantes cerca de 800 metros uma da outra, ambas na região centro-sul da cidade. Na Praça da Liberdade, a manifestação foi realizada por grupos a favor da prisão de Lula. Já os apoiadores de Lula se concentraram na Praça Afonso Arinos. Os organizadores da manifestação não divulgaram estimativa de participantes.


Em Porto Alegre, protestos também pediram a prisão do ex-presidente. Manifestantes entoaram cânticos contra os ministros do STF, como Gilmar Mendes por exemplo. Por outro lado, o juiz de Curitiba, Sérgio Moro foi louvado pelo público. 

Em Goiânia, o ponto de encontro das manifestações foi em frente à sede da Superintendência Regional da Polícia Federal, no Setor Pedro Ludovico, assim como se deu em mobilizações anteriores. Os participantes ostentavam, em sua maioria, cartazes, bandeiras do Brasil e camisas da seleção brasileira de futebol. “Estamos aqui brigando por Justiça. O Lula já foi condenado em duas instâncias”, argumentou a aposentada Marilene Gomes.

Em Fortaleza, a manifestação que pedia a prisão de Lula foi realizada na Praça Portugal, no centro. Em Manaus, a Avenida Djalma Batista, uma das principais da capital amazonense, foi fechada por manifestantes contra a concessão do habeas corpus a Lula. O ato foi marcado por críticas ao líder petista e clamor aos ministros do Supremo Tribunal Federal. Um dos manifestantes que tentou saudar o Regime Militar do alto do carro de som foi interrompido. Em Brasília, um temporal caiu na hora prevista para acontecer ato contra Lula. Nova manifestação está marcada para hoje.  / MARIANNA HOLANDA, DANIEL WETERMAN, ROBERTA JANSEN, JULIO CESAR LIMA, LEONARDO AUGUSTO, LUCIANO ANGEL e CARMEM POMPEU

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