Carlos Ferreira - A situação na região de Catatumbo, na fronteira entre Colômbia e Venezuela, apresenta-se delicada, especialmente com o sobrevoo de aeronaves militares venezuelanas, o que gerou preocupações entre as forças armadas colombianas sobre possíveis violações de sua soberania. Este cenário se insere dentro de um exercício militar anunciado pelo governo de Nicolás Maduro.
Na manhã de quarta-feira, 22 de janeiro, moradores do departamento de Norte de Santander começaram a relatar a presença de aeronaves militares venezuelanas cruzando a fronteira.
Essas operações militares são fruto de um anúncio realizado por Maduro na semana anterior, no qual o presidente venezuelano declarou que o objetivo contínuo das manobras é a defesa da soberania nacional frente a “inimigos internos e externos”, segundo palavras do general Manuel Castillo Rengifo.
As manobras militares incluem uma mobilização significativa, com cerca de 150.000 efetivos das forças armadas e da polícia participando do que Maduro nomeou de exercício “Escudo Bolivariano 2025”.
Durante a realização de um evento no Complexo Militar de Fuerte Tiuna, em Caracas, Maduro defendeu essa ação como essencial para garantir a paz e a segurança no país, alegando que grupos violentos e terroristas da Colômbia se infiltram no território venezuelano.
🔴 Atención: El régimen de Nicolás Maduro desplegó cazas Sukhoi Su-30 a la frontera con Colombia. Desde la ciudad de Cúcuta (Norte de Santander) fueron avistados los poderosos aviones de guerra venezolanos, mientras que algunos testigos aseguraron que cruzaron al lado colombiano. pic.twitter.com/C6rsiuwID4
As Forças Militares da Colômbia, em conversas com a mídia local, confirmaram que, embora as aeronaves tenham se aproximado, não houve violação do espaço aéreo colombiano.
O aumento da atividade aérea militar ocorre em um contexto de instabilidade crítica na região, onde confrontos entre o Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidências das Farc já resultaram em pelo menos 100 mortes e mais de 32.000 deslocados, muitos dos quais cruzaram para o lado venezuelano em busca de abrigo.
Em resposta à crise na fronteira, Maduro mobilizou mais de 2.000 soldados, visando fortalecer a segurança nesta área marcada por conflitos. Ele também ressaltou a importância de oferecer ajuda humanitária àqueles que buscam refúgio e a necessidade de implementar um “tapão militar” para evitar a entrada de grupos armados no país.
O Ministério da Defesa colombiano ainda não emitiu um pronunciamento oficial sobre os recentes acontecimentos, mas confirmaram que o ministro, Iván Velásquez, está ciente da situação e avaliando os possíveis desdobramentos desses exercícios militares sobre a segurança regional.
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