“O decreto de emergência é uma ferramenta que fortalece as ações integradas entre o Estado, os municípios e o governo federal. Ele também viabiliza a liberação de recursos para enfrentamento dessa situação”, reforçou Pedro Pascoal, secretário de Estado de Saúde.
Durante a coletiva, o secretário estadual de Saúde ressaltou que, apesar do aumento de casos de arboviroses, o Estado do Acre está preparado para enfrentar a situação.
“Quero tranquilizar a população de que nossas unidades de saúde estão preparadas. Contamos com leitos de internação disponíveis, pessoal capacitado, medicamentos e insumos necessários para atender os pacientes de forma adequada. Essa estrutura nos permite atuar com eficiência e nos antecipar a uma possível sobrecarga da rede estadual de saúde. Nosso objetivo com o decreto de emergência é fortalecer as ações de prevenção e garantir que o sistema de saúde continue funcionando de maneira organizada, mesmo diante desse aumento significativo de casos”, afirmou.
Ele destacou, ainda, que o Estado possui capacidade de resposta confortável, tanto para internações gerais quanto para casos que necessitem de terapia intensiva.
Dados da Vigilância
Até a 52ª semana epidemiológica de 2024, foram registrados no estado 6.346 casos prováveis de dengue, representando um aumento de 19,3% em comparação ao ano anterior, com a confirmação de um óbito. O número de casos de chikungunya apresentou um crescimento ainda mais acentuado, de 411,9%, passando de 59 para 302 casos prováveis. O zika vírus, por sua vez, teve um aumento de 49,5%, somando 173 casos prováveis.
A elevação das estatísticas é atribuída, em parte, ao período chuvoso, que favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor dessas doenças. Crianças, idosos, gestantes e pessoas com comorbidades estão entre os grupos mais vulneráveis.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, 11 municípios apresentam maior número de notificações, sendo Cruzeiro do Sul, Rio Branco e Epitaciolândia os mais afetados. Entre os casos suspeitos de dengue no ano passado, 24 evoluíram com sinais de alarme, indicando risco de complicações graves, e dois óbitos suspeitos seguem em investigação.
Preocupação com o sorotipo 3 da dengue
Outro fator de atenção é o possível ressurgimento do sorotipo 3 do vírus da dengue, que não circulava no Brasil há 17 anos e já foi detectado em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Embora ainda não haja confirmação da presença desse sorotipo no Acre, a situação exige vigilância constante.
Ações de enfrentamento
Entre as estratégias anunciadas, estão a ampliação de profissionais de saúde por meio de contratações emergenciais, intensificação de campanhas educativas, e ações de combate ao Aedes aegypti, como limpeza de espaços públicos e orientação domiciliar.
O secretário municipal de Saúde de Rio Branco, Renan Biths, enfatizou a necessidade de colaboração da população para evitar a proliferação do mosquito. “É essencial que todos cuidem de seus espaços, eliminando recipientes que possam acumular água. Também pedimos que recebam bem os agentes de endemias, que estão trabalhando para controlar a reprodução do vetor”, disse.
Serviços de saúde
A Sesacre reforçou que a população deve priorizar as unidades de referência de atenção primária (Uraps), unidades básicas de saúde (UBSs) e unidades de pronto atendimento (UPAs) para casos de sintomas leves e moderados, reservando o Pronto-Socorro de Rio Branco para situações graves.
O secretário Pedro Pascoal reiterou, ainda, a importância de procurar atendimento médico ao perceber sintomas das arboviroses e lembrou que o atendimento precoce pode evitar complicações.
Vacinação Qdenga
Outra medida preventiva em curso no Acre é a vacinação contra a dengue. O estado ainda possui estoque da vacina Qdenga, indicada para adolescentes de 10 a 14 anos. Os jovens dessa faixa etária podem se dirigir aos postos de vacinação para se imunizar, contribuindo para reduzir o impacto da doença na população.
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