22 de jan. de 2021

A Tentativa dos Marinheiros da Armada de Resgatar a Família Imperial do Exílio

Na Noite de 17 de Novembro de 1889, O tenente-Coronel Mallet foi enviado para avisar que a Família Imperial deveria partir imediatamente. No meio da noite, o Imperador, que teve que ser acordado. Houve certa comoção até que Pedro II apareceu na sala e fez-se silêncio.

Ele perguntou:

- “Que é isto? Então vou embarcar a esta hora da noite?”O tenente-Coronel Mallet buscou persuadir o Imperador Dom Pedro II alegando que estudantes republicanos fariam manifestações contra a sua pessoa.

O imperador revelou-se descrente:

- “Quem dá importância a estudantes?”

Neste exato momento, ouviram-se tiros do lado de fora. Mallet retirou-se do Paço para descobrir o que havia ocorrido. Cerca de quinze imperiais marinheiros tentaram desembarcar dando “Vivas ao Imperador”, mas foram rechaçados pelas tropas revoltosas e em seguida aprisionados. 

O grupo de marinheiros tentou invadir o paço Imperial para, se possível resgatar a família Imperial da prisão e do banimento iminente. 

Mallet retornou ao prédio e, mentindo afirmou a Pedro II que eram republicanos exaltados que tentavam atacar a ele e sua família. Assim, o imperador aceitou partir. Em 17 de novembro de 1889, D. Pedro II foi para o Exílio com a Família Imperial para Portugal.  O golpe de Estado que instaurou a República no Brasil não foi bem aceita pelos militares da Armada Imperial. No período conhecido como Republica da Espada, ficou latente a participação da Marinha em conspirações e revoltas contra o governo, culminando na Revolta da Armada e na Revolução Federalista, que teve o protagonismo de muitos marinheiros adeptos da restauração monárquica. 

Todas as tentativas restauradoras foram esmagadas pelo governo republicano. Os oficiais monarquistas de alta patente foram presos, ou banidos ou fuzilados sem o devido processo legal, e seus subordinados sofreram "penas cruéis". 


Fonte: História geral da civilização brasileira: das origens à atualidade. 1973/Os Subversivos da República. São Paulo: Brasiliense, 1986, pg.209.

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