Linha do tempo
O Navio-Patrulha Guaíba (P 41), subordinado ao Comando do Grupamento de Patrulha Naval do Nordeste, realizou, no dia 14 de janeiro, o exercício “Passex” com o USCG Stone, da Guarda-Costeira dos Estados Unidos, na área de jurisdição do Comando do 3º Distrito Naval.
Após sua passagem pela área do 3ºDN, o navio era esperado para realizar adestramentos com o NPaOc Apa (P 121) que atua na área de jurisdição do Comando do 1º Distrito Naval (1ºDN), e se encontrava no porto de Vitória. Mas, a pedido do navio americano devido a problemas logísticos, a data para a realização foi postergada para o dia 22/01.
Devido a crise de Covid-19 no Amazonas, a Marinha do Brasil destacou o NPaOc Apa para ir a Santos embarcar um cilindro de oxigênio com capacidade para 90 mil m³, e leva-lo até o porto de Belém. Por essa razão, e devido a chegada do Stone ao Rio de Janeiro apenas no dia 20, foi realizada uma “Passex” com o NPaOc Amazonas, no lugar de uma cadeia de eventos que haviam sido preparados.
Sob o comando do Capitão de Fragata Rodrigo de Mello Francesconi, o Amazonas suspendeu da Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ), as 8:30h prosseguindo para o ponto de encontro com a aeronave IH-6B (N5043) do esquadrão HI-1, que tinha a bordo os pilotos Capitão Tenente Raphael Pinto e Capitão Tenente Welder Gonçalves.
O Stone só iria suspender as 10h, assim o Amazonas pôde receber a aeronave que iria ser utlizada para a PHOTEX. A aeronave vindo da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA ), pousou no Amazonas as 10:40h.
A finalidade desta PASSEX era realizar manobras táticas, incluindo um Leap Frog, interrogação entre os navios simulando navios de pesca/suspeitos e o exercício de ‘homem ao mar’, para a demonstração da lancha do Stone que, utilizando o dispositivo de lançamento pela popa, recolheu o “Oscar”(dummy), e rapidamente retornou ao navio. O sistema possui uma porta na popa que se abre em duas partes, e um dispositivo contendo um berço que se move para fora do navio, facilitando tanto o lançamento quanto o recolhimento da lancha. Navios patrulha de outras Marinhas, possuem sistemas semelhantes, porém, normalmente eles são fixos.
Exercícios com Marinhas de outros países sempre são proveitosas, independente de seu tamanho, quando se pode aperfeiçoar o treinamento das tripulações e a interoperabilidade entre os navios, principalmente quando se está com uma tripulação nova em um navio que está realizando sua primeira viagem internacional, como é o caso do Stone.
Infelizmente devido ao curto tempo disponível, não houve como aprofundar mais os exercícios, já que o Stone tinha uma agenda apertada com destino ao Uruguai. Assim, os navios se depediram com o Stone seguindo rumo ao Uruguai e o Amazonas retornando a BNRJ para se preparar para uma patrulha de 10 dias que começaria no dia seguinte.
Opinião
O USCGC Stone foi visitado pelo autor e um pouco do nono navio da classe Legend pode ser visto aqui no Defesa Aérea & Naval, mas, além das imagens desta visita, vale ressaltar a entrevista feita com o comandante do Stone, Capt. Morrison, onde ele deixa claro os objetivos básicos desta viagem. O combate a Pesca Ilegal, Não Regulada e Não Declarada (IUU) e o tráfego de ilícitos, em parceria com as Marinhas dos países visitados.
Obviamente que se pode interpretar essa viagem de diferentes formas. Uma delas seria um recado aos navios de pesca chineses e asiáticos, que neste momento se encontram no Atlântico Sul e em outros oceanos, criando problemas de ordem ambiental, econômica e social, ou salientar a importância da necessidade de se manter o controle do mar territorial, pois como o Capt. Morrison demonstrou em sua entrevista, o país que não possui esse controle, amarga um prejuízo de bilhões de dólares, além das pessoas que vivem da pesca.
Com retorno para sua base prevista para meados de fevereiro, o USCGC Stone levará na bagagem não só a experiência de uma viagem internacional, mas a certeza de que seu alerta foi dado e recebido.
Com a lei aprovada pela Assembléia Popular Nacional, a China agora tem autorização para disparar contra navios estrangeiros que se encontrem dentro de águas juridiscionais, com foco para barcos pesqueiros, uma hipocrisia, face ao que os barcos de pesca chineses fazem mundo afora. Pelo visto, se isso for adiante, teremos muitos incidentes diplomáticos em breve.
NOTA DO EDITOR: Gostaria de agradecer ao Comando do 1º Distrito Naval que apoiou essa iniciativa, ao Comando do Grupamento de Patrulha Naval do Sudeste e ao comandante do NPaOc Amazonas, CF Francesconi, por tornar possível a realização deste artigo.
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