Comunicador, que é um dos defensores do 'fique em casa' na pandemia, já foi chamado de 'hipócrita' por quebrar quarentena
Não é a primeira vez que o contratado da TV Globo foi pego no flagra. Em outubro do ano passado, ele foi duramente criticado após fotos de um passeio de iate, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, viralizarem nas redes sociais. Nas imagens, Huck aparece acenando para um grupo de pessoas que passam de barco. À época, os internautas classificaram o episódio como uma demonstração de “hipocrisia”, dizendo que ele estava fazendo o oposto de tudo que vinha dizendo publicamente.
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Do endurecimento das medidas de isolamento social, em março do ano passado, a janeiro de 2021, o apresentador transformou os perfis na web, entre outras coisas, em plataformas de discussões sobre as “recomendações da ciência” durante a crise sanitária. Há lives com especialistas, médicos e, até mesmo, com ex-ministro da Saúde. Todos, reiteradamente, falam sobre a importância em se evitar aglomerações e/ou saídas desnecessárias de casa. Ocasiões, essas, em que o artista parece concordar com os convidados.
“Minhas convicções mais profundas não se abalam. Sempre gostei de empreender. Ao longo da vida tive, e tenho, um número expressivo de sócios, em especial fundadores das empresas nas quais investi. Não seria razoável imaginar que todos pensassem da mesma forma sobre tudo. A lógica da economia e dos negócios nesse momento, ou deixa os interesses materiais imediatos de lado e enxerga o coletivo de forma coerente com o que dizem a ciência e os exemplos do passado, ou é equivocada e desumana”, escreveu Luciano, em março, também no Twitter.
No dia 26 de março, em vídeo publicado no Instagram, o comunicador aparece ensinando os filhos Bem, de 13 anos, e Joaquim, de 15 anos, sobre a necessidade de ficar em casa. Sentado no chão e com caneta e papel para ilustrar a explicação, o apresentador diz: "Isso aqui se chama exponencialidade. Isso aqui é como se fosse uma pessoa com coronavírus. Essa pessoa passa para 2, essas duas passam para duas e vai se multiplicando. Olha a quantidade de gente que se contaminou só com esse um. Vamos dizer que uma pessoa ouviu nosso pedido e não saiu na rua. Olha a quantidade de gente que não se contamina."
Há algumas semanas, no dia cinco de dezembro, Luciano Huck publicou um vídeo em que é “hora de trabalhar para disponibilizar” as vacinas contra a doença sistêmica a toda população brasileira. De acordo com a apresentador, era o momento de se ouvir a ciência para “salvar vidas.” Para ele, um plano amplo de imunização poderia, em tese, fazer com que a vida pudesse ir voltando ao que era antes da pandemia. Ao fim do vídeo, o também empresário fala sobre a saudade de abraçar as pessoas após a vacinação.
“É hora de trabalhar para disponibilizar essa vacina o mais rápido possível para a população inteira. Ouvindo a ciência, e planejando a logística, a vacinação, como vai ser a imunização da população brasileira. A gente está falando aqui de salvar vidas. Não é de uma ou de duas, são de milhares. De fazer com que a vida comece a voltar ao normal. De reativar o comércio, reacender a nossa economia, de as crianças voltarem as escolas. Lugar de criança é na escola! A gente poder abraçar as pessoas que a gente ama e que a gente está morrendo de saudade. Eu estou louco para poder voltar a viajar e poder entrar na casa das pessoas."
GROSBY GROUP
Dias depois, durante live com a médica e pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Margareth Dalcomo, o tema voltou a ser abordado nas redes sociais de Luciano. Na ocasião, a pesquisadora destacou que o país vivia um momento de avanço da doença. “Nós temos uma epidemia que recrudesce (torna-se mais forte), que mudou de lugar. A faixa etária diminuiu. São os jovens que estão ficando doentes, na ilusão de que são invulneráveis. Fazendo festas, se aglomerando. Contrariando tudo aquilo que a ciência e nós temos, repetidamente, reiteradamente, repetido”, disse a médica. Ao fim da frase, o apresentador balança a cabeça e parece concordar com a convidada.
No dia 11 de dezembro, em conversa com o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Huck questiona se não seria o momento de os jovens permanecerem em casa. “É hora de ter consciência. Para a juventude é uma doença quase inócua (que quase não oferece perigo), mas quando você a leva para dentro da sua casa, de repente você leva para o seu avô. Aí você vai levar uma culpa para o resto da vida”, respondeu o ex-ministro. O apresentador, que estava acompanhado do filho mais velho, Joaquim, aponta o dedo para o herdeiro e diz: “Ouviu?”
De acordo com informações atualizadas pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (26), o Brasil acumula 219.878 mortes e 8.933.356 casos confirmados de covid-19. Pelo sexto dia consecutivo, a média móvel está acima de mil mortes. Uma disparada nos últimos três meses fez o número global de casos de contaminação pelo novo coronavírus atingir um patamar que parecia impossível há menos de um ano. Ontem, o mundo chegou à marca de 100 milhões de pessoas contaminadas pela covid-19, o equivalente a 1,3% da população mundial.
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