24 de fev. de 2017

Fernando Cavendish, da Delta, quer delatar Rodrigo Maia


Em um dos capítulos da delação que negocia, empresário pernambucano diz que pagou propina ao deputado, hoje presidente da Câmara

Rodrigo Maia, o “Botafogo” da Odebrecht, surge na negociação de delação da Delta: futuro turvo (Cristiano Mariz/VEJA)


Rodrigo Rangel  - Controlada até recentemente por Fernando Cavendish, empresário pernambucano com fama de estrategista arrojado, a empreiteira Delta experimentou uma ascensão vertiginosa. Antes mesmo da Lava­ Jato, porém, a receita de seu sucesso começou a ser desvendada. Uma investigação federal mostrou que os milionários contratos da Delta eram conquistados à base de propinas pagas a autoridades. Em prisão domiciliar há seis meses, Cavendish trata de negociar sua delação premiada. O acordo, proposto inicialmente aos procuradores do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, ainda está em negociação, mas seus primeiros capítulos prometem revelações que podem abalar a rotina de governadores, prefeitos e parlamentares. Uma das histórias que Cavendish se dispõe a contar atinge em cheio a linha sucessória da Presidência da República. O empresário diz ter repassado dinheiro ao deputado Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro, presidente da Câmara dos Deputados. Conta que a Delta começou a caminhada em direção ao sucesso quando Cesar Maia, pai de Rodrigo, foi prefeito do Rio, nos anos 1990 e 2000. Nesse período, a empreiteira conquistou contratos de obras de grande porte, como a construção do Estádio Olímpico do Engenhão. Em troca, diz ele, topou fazer agrados à família Maia.

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