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Rodrigo Constantino - Já é rotina do carioca: o pessoal dos “direitos humanos” só aparece quando a vítima é bandido. Quando é policial em serviço, desaparece. E tudo se resume a uma notinha no jornal. A narrativa de esquerda precisa demonizar a polícia como instituição e pintar criminosos como “vítimas da sociedade”.
É um jogo muito podre, que despreza aqueles que vestem farda para nos proteger, ainda que ganhando muito mal. Ninguém nega que há, na polícia, muito fruto podre, ou que a instituição precisa de melhor treinamento.
Mas daí a chamar toda a polícia de “fascista”, como se fosse uma assassina deliberada de “negros pobres”, em vez de reconhecer a guerra civil “velada” que é travada na “cidade maravilhosa”, são outros quinhentos.
E quando morrem policiais em serviço, vítimas de bandidos frios e cruéis, isso acaba ignorado por quem fala em “luta humanitária”, mas parece só enxergar na frente os “direitos” dos marginais. Aqui fazemos o contrário: enaltecemos aqueles que morreram para nos proteger:
Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Jacarezinho, os policiais faziam patrulhamento na localidade conhecida como Rua do Rio e foram recebidos a tiros por criminosos, por volta das 15h. Os soldados chegaram a ser socorridos e levados para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiram aos ferimentos.
Durante toda a semana, os moradores do Jacarezinho pediram reforço na segurança pelas redes sociais, dizendo que a situação na comunidade era crítica.
Na última terça-feira, o soldado Rodrigo Ribeiro, de 34 anos, foi baleado enquanto patrulhava a região do Talibã, também na comunidade. Ele não resistiu aos ferimentos.
No início da tarde deste domingo, um outro policial militar da UPP do Parque Proletário, no Complexo da Penha, foi atacado pelas costas quando patrulhava a região. Identificado Chilon da Silva Ferreira, foi atingido na cabeça e levado, em seguida, para o Hospital Getúlio Vargas, em estado grave.
Ainda neste domingo, pela manhã, um sargento do 20º BPM (Mesquita) foi baleado durante uma operação na Comunidade do Sebinho, em Mesquita. Ele foi socorrido para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) e não corre risco de morte. A identidade dele não foi revelada.
A todos os familiares e amigos desses corajosos policiais, a minha solidariedade. Eis o desabafo de Cynthia Mesquita, companheira de um dos policiais mortos pelos bandidos:
Em No fio da navalha, corajosa biografia de José Júnior, escrita pelo jornalista Luis Erlanger, o fundador do AfroReggae diz:
Eu não fico: “Pô, cara. Eu te entendo…” É assim: “Tenho que entender? Você mata os outros e tenho que entender? Vende drogas para crianças e tenho que entender? Você fode a vida dos outros e tenho que entender?” É assim que faço mediação.
Júnior mantém a fé na capacidade de mudança de muitos criminosos, e ele já conseguiu recuperar alguns. Diz que acredita que todo ser humano, por pior que possa ser, “tem uma centelha boa, e, como Luke [Skywalker], eu foco e tento trazer isso para fora”. É a Síndrome do Darth Vader, segundo o empreendedor social. Mas essa esperança no homem, ainda que bandido, não o faz aliviar a barra dos criminosos, tampouco demonizar a polícia:
Foi uma grande quebra de paradigma, porque a gente fala muito do preconceito do policial com o jovem preto e pobre da favela, mas esse jovem também tem preconceito com o policial. As pessoas falam mal da polícia, mas é para ela que ligam quando precisam. É verdade. Não importa o problema. Não estou aqui justificando ou tampando os problemas da polícia, como os casos de abusos, violência ou corrupção.
A postura dele fica entre a da esquerda que encara bandido como “vítima social” e polícia como “fascista”, e a da direita que repete apenas que “bandido bom é bandido morto”. Há salvação para alguns marginais, e há policiais corruptos, truculentos e que abusam do poder. Isso não torna todo bandido uma “vítima da sociedade”, pois eles escolhem essa vida, e também não torna todo policial um corrupto.
Quando a esquerda parte para os abstratos e passa a aliviar a bandidagem e cuspir na polícia, as portas do inferno são abertas com a impunidade liberada. E injustiças, como a morte desses policiais em serviço, passam despercebidas para que a narrativa possa sobreviver. Chega de tanta negligência com assassinos! E chega de tanto desprezo pelos policiais que se arriscam para nos proteger!
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