Líder do governo defende instalação de madeireira no Acre
Deputado da oposição criticam isenção a empresa estrangeira e petista defende instalação de madeireira no Acre
GINA MENEZES - Deputados estaduais da situação e oposição travaram acirrado debate a respeito do incentivo que a empresa Agrocortex Madeiras do Acre Agroflorestal Ltda, receberá para executar plano milionário de exploração de madeira no Acre e Amazonas.
Os deputados Ghelen Diniz (PP), Jairo Carvalho (PSD) e Eber Machado (PSDC) criticaram duramente a parceria do governo do Acre com a empresa Agrocortex, do grupo português Domínio Capital e que conta com dinheiro de financiadores europeus.
Ghelen Diniz afirmou que não é contra a exploração dos recursos madeireiros e, sim, contra a entrega de madeiras in natura, sem qualquer tipo de valor agregado.
“Temos sim que explorar os recursos florestais, mas não apenas entregar. Sou a favor de que a madeira que saia daqui já saia com valor agregado, em forma de móveis e outras coisas. Só entregar a madeira não é vantagem alguma. Há 500 anos os portugueses vinheram ao nosso país e levaram o Pau Brasil, agora vem o governo do Acre e entrega a eles as nossas florestas”, finalizou em tom de ironia.
O deputado Jairo Carvalho (PSD) criticou a parceria do Estado do Acre e apoio dado pelo governo federal à empresa estrangeira. Ele lamentou que os pequenos empresários do Acre não contam com o mesmo incentivo fiscal.
“Os nossos pequenos madeireiros estão quebrando, pois não recebem ajuda, isto é lamentável”, salientou.
Pátio das serrarias da Agrocortex na margem esquerda do Rio Purus, em Manoel Urbano (AC) |
Eber Machado também lamentou que empresas estrangeiras venham se instalar no Acre para usufruir das riquezas naturais e não agregam qualquer tipo de conquista ao Acre. ” Até os empregos que gerarem serão temporários”, frisou.
O líder do governo na Aleac, Daniel Zen (PT), defendeu a instalação da empresa e os métodos usados por ela para extração de madeira. Ele afirmou que, no Acre, só não consegue licença para manejo florestal quem não se adequa à legislação vigente.
“A licença para eles foi obtida junto ao Ibama, haja vista que é um projeto de grande envergadura. Quanto ao outros, só não conseguem licença quem não se adequa à legislação”, finalizou.
Reportagem da ContilNet publicada na terça-feira (13) deu conta que a empresa Agrocortex, isenta da cobrança do imposto por causa da Lei Kandir, que é uma lei federal, irá faturar R$ 135 milhões por ano com exploração de madeira no Acre e Amazonas.
Governador Tião Viana com Rui Ribeiro, da Agrocortex, na inauguração de serrarias (Foto: Sérgio Vale/Secom)
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