17 de out. de 2015

AGENDAMENTO DE CONSULTAS NO HC É SUSPENSO APÓS DEMISSÃO DE 43 TERCEIRIZADOS POR FALTA DE PAGAMENTO


Quem procurou a Central de Atendimento e Agendamento do Hospital das Clínicas nas primeiras horas da madrugada e ao longo da manhã desta sexta-feira, 16, encontrou os guichês de atendimentos vazios, sem um servidor para realizar quaisquer atendimento.



Ângela Rodrigues - A desculpa dada pela gerência da unidade hospitalar aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) foi que não haveria “sistema e por motivos técnicos operacionais não seria possível executar os agendamentos”, tampouco “a distribuição de sobras de fichas”, conforme avisos fixados em pontos estratégicos da recepção do Hospital das Clínicas (HC).


Mas na verdade, o não atendimento à população carente do Acre esconde uma série de atrasos de pagamentos e repasses por parte do governo às empresas terceirizadas, que detém contrato de prestação de serviço com o poder público. O problema vinha sendo abafado, mas ao que parece a situação chegou ao limite e pode levar a maioria das terceirizadas a falência e desempregar mais de 15 mil pessoas, que prestam serviços nas diversas secretarias e autarquias do Estado.

Conforme informe repassado pela Assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre), a “A empresa Teixeira solicitou rescisão de contrato, ontem à tarde (15). Com isso, 43 servidores não foram mais trabalhar hoje (16). Com isso, o HC remanejou outros servidores para não prejudicar o atendimento aos pacientes”, explicou o órgão.

Embora, a assessoria da Sesacre alegue que remanejou servidores para não prejudicar o atendimento, a reportagem do ac24horas esteve no local e pode conferir que a situação é totalmente contraria a alegada pelo poder público em nota enviada à redação do ac24horas. Desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira, 16, inúmeros e-mails, telefonemas e mensagens nos canais interativos do site informavam acerca das demissões e pediam a editoria que fosse realizada uma matéria relatando o descaso.

O problema envolvendo atrasos as terceirizadas vem se arrastando desde a reeleição do governador Sebastião Viana. Algumas dessas empresas estariam há sete meses sem receber e à beira da falência, segundo informou o Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços Terceirizáveis do Estado do Acre (SEAC).

Em nota, a SEAC explica a real situação financeira das empresas terceirizadas e sugere que por ingerência ou incompetência do governo as prestadoras de serviços estão fechando as portas, já que não é possível operar com o caixa no vermelho em virtude da falta de repasses e repactuação atrasadas.
Confira a íntegra da nota:

SEAC divulga nota de repúdio e se diz vítima da má administração pública

O Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços Terceirizáveis do Estado do Acre (SEAC/AC), por meio do senhor presidente Rubemar Martins, vem repudiar as informações veiculadas em mídias difamando as empresas terceirizadas e vem publicamente esclarecer a realidade que enfrentam , nos últimos meses, boa parte das empresas que prestam serviços, ou seja, que detém contrato com o Governo do Estado do Acre, com diversas secretarias.

Temos a salientar que: É bem verdade que, as empresas prestadoras de serviços, são responsáveis pela admissão de quase 15 mil terceirizados, todos pais de famílias, geradores de impostos e pelo bom funcionamento de todas as secretarias do Estado do Acre, prestando serviços em diversas áreas, principalmente na área de limpeza, pois sem os nossos serviços, os órgãos não teriam um funcionamento por completo. É bem verdade ainda que, buscamos parcerias com o governo, para fazer uma sociedade mais justa e mais digna, por se tratar de “um governo parceiro e empreendedor”.

É bem verdade que, para honrarem com seus compromissos para com os seus funcionários, desfazem até de seus próprios bens, para não paralisarem os serviços diante das secretarias e órgãos. É bem verdade que, nenhuma empresa, seja qual ramo trabalha, não consegue sobreviver com seu caixa no vermelho, principalmente quando se encontram com seus repasses e suas repactuações em atrasos, pois não tem como uma empresa trabalhar tanto com o atraso de seus repasses quanto os contratos defasados.

É bem verdade que, tem empresas que somam sete (07) meses em atrasos, de seus devidos repasses, fazendo com que essas empresas venham fechar suas portas não tendo nem como honrar com as rescisões contratuais de seus funcionários. É bem verdade que, com a crise que se alastra em nosso país, bem como em nosso estado, o governo por ingerência ou por incompetência não busca e tampouco não mostra o caminho para solução do problema.

É bem verdade que, o problema existe, a responsabilidade não começa nas empresas, mais sim no estado, pois as empresas são vítimas da má administração dos contratantes. Chamamos a responsabilidade para todos, pois caso não seja feito nada para a solução do problema, mais empresas fecharão as portas por culpa do estado, por falta de repasses e repactuações atrasadas, deixando assim, vários pais de famílias desempregado e com muitos problemas judiciais.

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