Ray Melo - Após a divulgação de duas reportagens de ac24horas sobre dois áudios vazados de grupos de WhatsApp da Frente Popular do Acre (FPA) onde o vereador Jakson Ramos (PT) e duas diretoras da fábrica Natex, que estariam falando em nome do deputado federal Sibá Machado (PT) revelam supostos esquemas para coação de eleitores e compra de votos nas eleições deste ano, a promotora eleitoral perante a 1ª Zona, Alessandra Marques, expediu ofício ao procurador regional eleitoral, Fernando José Piazenski, noticiando os fatos divulgados e pedindo providencias ao Ministério Público Federal (MPF).
No documento expedido nesta terça-feira (27), a promotora solicita a devida tomada de providências por parte do MPF “no âmbito eleitoral, considerando que, nas eleições gerais, as atribuições para apurar fatos dessa natureza e levá-los ao conhecimento do Poder Judiciário são do MPF”. De acordo ela, “os fatos configuram realização de campanha eleitoral fora de época por ambos os envolvidos, com especial gravidade para o médico Jakson Ramos, cuja fala é identificada no áudio, já que realiza cirurgias em pessoas na rede pública, onde exerce o cargo de médico, em troca de votos na próxima eleição”.
ENTENDA O CASO
Alessandra Marques destaca que “é evidente que o áudio traz a confissão do vereador Jakson Ramos de que está desafiando a legislação eleitoral, isso sem se mencionar que a prática descrita ali configura improbidade administrativa, porquanto o médico estaria usando cargo público de médico para fins ilícitos, ao arrepio da legislação em vigor”, diz um fragmento do ofício da promotora. O áudio do vereador Jakson Ramos vazou após ele enviar um recado ao grupo do deputado federal Sibá Machado, destacando que poderia usar a tribuna da Câmara de vereadores da capital para denunciar cooptação de seus apoiadores.
O vereador petista reclama que seus companheiros estariam adotando “uma postura escrota de estar detonando com minhas lideranças, que são associadas ao Sibá. As pessoas que trabalham com o Sibá e estão trabalhando comigo, todo trabalho que estou fazendo está se convertendo para o Sibá”. Jakson revelou ainda que estaria usando o emprego de médico no Estado para garantir votos. “Pacientes que eu opero, que eu consulto, que eu faço exames, que não são poucos não. Tem liderança minha com ele em Capixaba, Plácido de Castro e todo trabalho que estou fazendo que não é pouco para essas lideranças, eu tenho reafirmado que essas pessoas devem estar votando no Sibá”.
Já o deputado Antonio Pedro (Democratas) procurou a imprensa no último final de semana e apresentou um áudio da gerente administrativa da fábrica de preservativos Natex, Kelma Castro Oliveira, acompanhada da responsável técnica da empresa estatal, Maísa Farias, supostamente coagindo funcionários a votarem no deputado federal Sibá Machado (PT), no deputado estadual Manoel Moraes (PSB) e em Emylson Farias, pré-candidato a vice-governador do Acre. “No áudio é possível perceber a gerente administrativa da fábrica de preservativos, a senhora Kelma Castro e a responsável técnica Maísa Farias, numa reunião a portas fechadas coagindo funcionários que estão há quatro messes sem receber seus salários”, destaca.
Os dois casos deverão ser investigados pelo Ministério Público Eleitoral. Caso seja comprovado que os políticos que pertencem a Frente Popular do Acre, coligação comandada com mãos de ferro pelo Partido dos Trabalhadores (PT), cometeram crime eleitoral, eles deverão responder pelos crimes citados pela promotora Alessandra Marques. No caso de jakson Ramos, além de compra de votos com oferecimento de cirurgias, consultas e exames, ele poderá responder pelo crime de improbidade administrativa por usar sua função pública de médico para fins ilícitos. Sibá Machado deverá responder pela coação aos servidores da fábrica Natex em troca de votos e apoio nas eleições deste anos.
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